Mulheres no mercado de trabalho do magistério superior

Autor/innen

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-795X.2021.e67713

Abstract

Este estudo analisa a inserção histórica da mulher no mercado de trabalho e sua relação com a educação. Discute a persistência da desigualdade de gênero entre homens e mulheres no Brasil e o longo caminho a ser percorrido, em direção à superação deste fenômeno social, especialmente, quanto às dimensões étnico-raciais que desafiam os modos de vida de mulheres afrodescendentes. Faz uso de pesquisa bibliográfica e documental, abordando três aspectos principais: 1) a questão da divisão sexual no mercado de trabalho, que engloba as desigualdades de gênero no uso do tempo para dedicação à profissão, aos cuidados com a família, a imposição de múltiplas jornadas de trabalho; 2) a relação entre conquistas nas trajetórias educacionais e atuação no mercado de trabalho, especialmente, nos embates de inserção das mulheres na profissão docente; e, 3) a necessidade de políticas públicas que incentivem a participação equitativa de mulheres no mercado de trabalho. Os resultados evidenciaram a necessidade de políticas públicas baseadas em princípios de transversalidade, intersetorialidade e interseccionalidade, visando distribuição de competências (políticas, institucionais e administrativas) com foco no aumento das redes de fortalecimento da autonomia econômica das mulheres via escolarização e participação no mercado de trabalho, sem obliterar que existem especificidades para mulheres afrodescendentes, lésbicas, rurais, dentre outras.

Autor/innen-Biografien

Raimunda Nonata da Silva Machado, Universidade Federal do Maranhão

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Docente do Departamento de Educação II/UFMA e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – Brasil. É coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Educação das Relações Étnico-Raciais e de Gênero (NEPERGE/UFMA) e do Projeto de Pesquisa: Professora Afrodescendente no Magistério Superior: vozes epistêmicas. Atua como pesquisadora no Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Educação, Mulheres e Relações de Gênero (GEMGe/UFMA) e no Núcleo de Pesquisa e Estudos RODA GRIÔ-GEAfro: gênero, educação e afrodescendência (UFPI).

Ana Carla de Melo Almeida, Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Universidade CEUMA

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Docente da Universidade CEUMA. Desenvolve estudos no Projeto de Pesquisa: Professora Afrodescendente no Magistério Superior: vozes epistêmicas (MAfroEduc)

Literaturhinweise

ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin (org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009.

BARRETO, Andreia. A mulher no ensino superior distribuição e representatividade. Cadernos do GEA, n. 6, jul./dez. 2014. Disponível em: http://flacso.org.br/files/2016/04/caderno_gea_n6_digitalfinal.pdf. Acesso em: 22 ago 2018.

BARROSO, Carmem Lúcia de Melo; MELLO, Guiomar Namo de. O acesso da mulher ao ensino superior brasileiro. In: Cadernos de Pesquisa, nº 15, dez 1975.

BARSTED, Leila Linhares; PITANGUY Jacqueline. O Progresso das Mulheres no Brasil 2003–2010. Rio de Janeiro: Cepia; Brasília: ONU Mulheres, 2011.436p. Disponível em: http://onumulheres.org.br/wp-content/themes/vibecom_onu/pdfs/progresso.pdf. Acesso em: 21 set 2018.

BOAKARI, Francis Musa. Mulheres Brasileiras Afrodescendentes de Sucesso: o discurso do fazer, fazendo diferenças. In: BOAKARI, Francis Musa. Educação, Gênero e Afrodescendência: a dinâmica das lutas de mulheres na transformação social. Curitiba: CRV, 2015.

BEAUVOIR, Simone. O Segundo sexo: a experiência vivida; tradução de Sérgio Milliet. 2 ed. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1980.

BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

CUNHA JUNIOR, Henrique. Nós, afro-descendentes: história africana e afro-descendente na cultura brasileira. In: ROMÃO, J. (Org.). História da Educação do Negro e outras histórias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. p. 249- 273.

DAVIS, Angela. Mulheres, cultura e política. 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2017.

FERREIRA, Lola. Menos de 3% entre docentes da pós-graduação, doutoras negras desafiam racismo na academia. Disponível em: http://www.generonumero.media/menos-de-3-entre-docentes-doutoras-negras-desafiam-racismo-na-academia/. Acesso em: 21 set 2018.

FLORESTA, Nísia. Opúsculo Humanitário. São Paulo: Cortez; Brasília: INEP, 1989.

FRANCHI, Tássio. Igualdades e diferenças no discurso do Exército Zapatista de Libertação Nacional: construção e estratégias do discurso zapatista (1994-1996). Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Brasil. 2004.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Brasília, 2014. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv91983.pdf. Acesso em 21 fev 2018.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil (2018). Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101551 . Acesso em: 21 fev 2018.

LOURO, Guacira Lopes. Mulheres na sala de aula. IN: DEL PRIORE, Mary. História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2004. P. 443-481.

OIT. O emprego no mundo e perspectivas sociais – Tendências para as mulheres 2017 - Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Disponível em: http://cite.gov.pt/pt/destaques/noticia665.html. Acesso em: 16 set. 2018.

PATEMAN, Carole, O contrato sexual. Trad. de Marta Avancini. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

PINTO, Céli R. J. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2003.

PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos das mulheres no Brasil: desafios e perspectivas. In: PENIDO, Laís de Oliveira (Coord.). A igualdade de gêneros nas relações de trabalho. Brasília: Escola Superior do Ministério Público da União, 2006, p. 205-212.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, B de S. MENEZES, M.P. (Orgs.) Epistemologia do sul. São Paulo: Cortez, 2010.

RAGO, Margareth. Foucault, História & Anarquismo. Rio de Janeiro: Achiamé, 2004.

ROSEMBERG, F.; PIZA, E. P.; MONTENEGRO, T. Mulher e educação formal no Brasil: estado da arte e bibliografia. Brasília: Reduc, Inep, 1990

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade; prefácio de Antônio Cândido de Mello e Souza. Petrópolis, Vozes, 1976.

SCHUMAHER, Schuma. BRAZIL, Érico Vital, Dicionário de Mulheres do Brasil de 1550 até a atualidade biográfico e ilustrado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade. V. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995.

TEIXEIRA, Moema. A presença negra no magistério: aspectos quantitativos. In: OLIVEIRA, Iolanda de (Org.). Cor e Magistério. Rio de Janeiro: Quartet; EDUFF, 2006.

TRINDADE, Ana Paula P.; TRINDADE, Diamantino F. Desafios das primeiras médicas brasileiras. História da Ciência e Ensino. V. 4, p. 24-37, 2011. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/hcensino/article/download/6435/5767. Acesso em: 22 ago 2018.

WEFORUM. WORLD ECONOMIC FORUM. The Global Gender Gap Report 2018. Disponível em: http://www3.weforum.org/docs/WEF_GGGR_2018.pdf. Acesso em: 20 ago 2019.

VENTURINI, Anna Carolina. A presença das mulheres nas universidades brasileiras: um panorama de desigualdade. Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13 Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2017. Disponível em: http://www.en.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1500230828_ARQUIVO_AnnaCarolinaVenturini_Texto_completo_MM_FG.pdf. Acesso em: 22 ago 2018.

VILLELA, Heloisa de O. S. Do artesanato à profissão – representações sobre a institucionalização da formação docente no século XIX. In: STEPHANOU, M. BASTOS, M. H. C. (Org.). Histórias e memórias da educação no Brasil. Volume II: século XIX. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.

Veröffentlicht

2021-05-11

Zitationsvorschlag

Machado, R. N. da S., & Almeida, A. C. de M. (2021). Mulheres no mercado de trabalho do magistério superior. Perspectiva, 39(2), 1–22. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2021.e67713