Ler e escrever arquivos: uma prática tradutória em educação
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2019.e54650Resumo
Este texto pensa os processos de ler e escrever como modos de traduzir os arquivos existentes. Tomando como aporte teórico o pensamento da diferença proposto por autores como Roland Barthes, Michel Foucault e Jacques Derrida, além de teorizações literárias acerca da tradução com o poeta e tradutor brasileiro Haroldo de Campos, o texto compreende o arquivo como texto vivo e aberto às interferências do leitor e escritor, que ao ler reescreve o texto, traduzindo-o criticamente. A partir desta perspectiva, defende a reinvenção de textos originais pelo educador-tradutor, na medida em que transcria as matérias que transitam nos arquivos pelo veio da leitura-e-escrita. Baseado em tal premissa, o texto conclui que a prática de ensinar só é possível porque o educador transforma as matérias do currículo e da didática por meio de uma tradução transcriadora e crítica dos arquivos.
Referências
ADÓ, Máximo Daniel Lamela. Educação potencial: autocomédia do intelecto. Tese (Doutorado em Educação). 2013. 195p. Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.
ARAÚJO, Inês Lacerda. Foucault e a crítica do sujeito. 2 ed. Curitiba: Ed. Da UFPR, 2008.
AQUINO, Julio Groppa. Não mais, mas ainda: experiência, arquivo, infância. Revista Childhool e Philosophy. Rio de Janeiro, v.12, n.23, jan.-abr. 2016. (p.179-200).
AQUINO, Julio Groppa; VAL, Gisela Maria do. Uma ideia de arquivo: contributos para uma pesquisa educacional. Pedagogia y saberes. 2017. (no prelo).
BARTHES, Roland. O rumor da língua. Tradução Andréa Stabel. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
BIRMAN, Joel. O arquivo e o mal de arquivo: uma leitura de Derrida de Freud. Revista Natureza Humana, v.10, n.1, 2008. (p.105-128)
BLANCHOT, Maurice. O espaço literário. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.
BORGES, Jorge Luis. Ficções. Tradução Davi Arrigucci Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
CAMPOS, Haroldo de. Haroldo de Campos – Transcriação. (Org. Marcelo Tápia, Thelma Médici Nóbrega). São Paulo: Perspectiva, 2013.
CORAZZA, Sandra Mara. O que faz gaguejar a linguagem da escola. In: ENDIPE (Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino). Linguagens, espaços e tempos no ensinar e aprender. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
CORAZZA, Sandra Mara. Inventário de Procedimentos didáticos de tradução: teoria, prática e método de pesquisa. Revista Brasileira de Educação. 2017. (no prelo).
DE ARAUJO, Róger Albernaz. ½ dia, ½ noite. Tese (Doutorado em Educação). 2007, 161p.Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.
DELEUZE, Gilles. Diferença e repetição. Tradução Luiz Benedicto Lacerda Orlandi e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1988.
DELEUZE, Gilles. Foucault. Tradução Claudia Sant’Anna Martins. São Paulo: Brasilense, 2005.
DELEUZE, Gilles. A lógica do sentido. Tradução Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo: Perspectiva, 2011.
DERRIDA, Jacques. Gramatologia. Tradução Miriam Schnaiderman e Renato Ribeiro Janine. São Paulo: Perspectiva, 1997.
DERRIDA, Jacques. Posições. Tradução Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2001a.
DERRIDA, Jacques. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Tradução Claudia de Moraes Rego. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001b.
DINARTE, Luiz Daniel Rodrigues. Congresso dos Signais. Didática filosófica do gesto. Proposta de Tese (Doutorado em Educação) 2016, 111p. Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016.
FARGE, Arlete. O sabor do arquivo. Tradução Fátima Murad. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.
FONSECA, Tania Maria Galli. Vidas do Fora e a escrileitura de um mundo incontável. In: FONSECA, Tania Maria Galli; COSTA, Luciano Bedin da. Vidas do fora: habitantes do silêncio. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2010.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Tradução Luiz Felipe Baeta Neves. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.
FOUCAULT, Michel. Michel Foucault Explica Seu Último Livro. In: FOUCAULT, Michel. Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Tradução Elisa Monteiro. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Tradução: Roberto Machado. 25. ed. São Paulo: Graal, 2012.
FOUCAULT, Michel. O nascimento de um mundo. In: FOUCAULT, Michel. Filosofia, diagnóstico do presente e verdade. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014.
HEUSER, Ester Maria Dreher. Construcionismo de uma crítica genealógica de escrileituras. In: HEUSER, Ester Maria Dreher. Caderno de notas 8: ética e filosofia política em meio a diferença e ao Escrileituras. Cascavel: EDUNIOESTE, 2016.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Genealogia da moral: uma polêmica. Tradução Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O livro do filósofo. In: NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Introdução teorética sobre a verdade e a mentira no sentido extra-moral (verão de 1873). Tradução Rubens Eduardo Ferreira Frias. São Paulo: Centauro, 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Esta revista proporciona acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento. Tal acesso está associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o Open Journal Sistem (OJS) assim como outros software de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.
A Perspectiva permite que os autores retenham os direitos autorais sem restrições bem como os direitos de publicação. Caso o texto venha a ser publicado posteriormente em outro veículo, solicita-se aos autores informar que o mesmo foi originalmente publicado como artigo na revista Perspectiva, bem como citar as referências bibliográficas completas dessa publicação.