Perfis queer e pós-vigilância
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2025v33n1104260Palavras-chave:
teoria queer, vigilância algorítimica, perfil de usuário, Inteligência artificialResumo
Este artigo aborda a capacidade hipotética dos sistemas algorítmicos de gerar perfis de usuários queer, como uma modalidade recente da chamada "vigilância queer", cujos antecedentes podem ser rastreados até as reflexões foucaultianas sobre o panopticon e o dispositivo da sexualidade. Analisamos extensivamente como o mecanismo de criação de perfis de usuários opera desde seus primeiros protótipos no final da década de 1970. Estabelecemos suas particularidades em relação a outros tipos de identificação. Propomos que esses sistemas configuram um salto exponencial nas tecnologias de percepção da sexualidade dos sujeitos que nos obriga a repensar aspectos centrais da teoria queer, como o dispositivo de sexualidade foucaultiano ou a matriz heterossexual butleriana, em um contexto de pós-vigilância.
Downloads
Referências
BRUNO, Fernanda. Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Porto Alegre: Editora Sulina, 2013.
BUTLER, Judith. El género en disputa: el feminismo y la subversión de la identidad. México: Paidós, 2014.
COSTA, Flavia. “¿Qué hay de mí en esos datos? Políticas de la materialidad y estrategias críticas en las prácticas bioartísticas en América Latina”. In: TELLO, Andrés Maximiliano (Ed.). Tecnología, política y algoritmos en América Latina. Viña del Mar: Cenaltes Ediciones, 2020. p. 111-130.
CUKIER, Kenneth; MAYER-SCHÖNBERGER, Viktor. Big data, la revolución de los datos masivos. España: Turner Noema, 2013.
CHENEY-LIPPOLD, John. We are data: algorithms and the making of our digital selves. New York: NYU Press, 2017.
CHENEY-LIPPOLD, John. “A new algorithmic identity: soft biopolitics and the modulation of control”. Theory, Culture & Society, Los Angeles, v. 28, n. 6, p. 164-181, 2011.
DA CRUZ, Rui Alexandre P. P.; GARCÍA PEÑALVO, Francisco J.; ROMERO, Luis Alonso. Perfil de usuario, en la senda de la personalización. Informe técnico. Salamanca: Departamento de Informática y Automática, Universidad de Salamanca, 2003. p. 1.
DELEUZE, Gilles. “Post-scriptum sobre las sociedades de control”, Polis, 13, p. 1-6, 2006.
DE VRIES, Katja. “Identity, profiling algorithms and a world of ambient intelligence”. Ethics and Information Technology, v. 12, p. 71-85, 2010.
FOUCAULT, Michel. La historia de la sexualidad: vol. 1. México: Siglo XXI, 2007.
FOUCAULT, Michel. Vigilar y castigar: nacimiento de la prisión. México: Siglo XXI, 2001.
GALIČ, Maša; TIMAN, Tjerk; KOOPS, Bert-Jaap. “Bentham, Deleuze and beyond: an overview of surveillance theories from the panopticon to participation”. Philosophy & Technology, v. 30, p. 9-37, 2017.
GORDON, Diana. “The Electronic Panopticon: A Case Study of the Development of the National Crime Records System”, Politics and Society 15(4), p. 483-511, 1987.
HAGGERTY, Kevin D.; ERICSON, Richard V. “The surveillant assemblage”. The British Journal of Sociology, v. 51, n. 4, p. 605-622, diciembre 2000.
HAN, Byung-Chul. Psicopolítica: neoliberalismo y nuevas técnicas de poder. Barcelona: Herder, 2014.
KAFER, Gary; GRINBERG, Daniel. “Editorial: queer surveillance”. Surveillance & Society, v. 17, n. 5, p. 592-601, 2019.
MATZNER, Tobias. “Beyond data as representation: the performativity of big data in surveillance”. Surveillance & Society, v. 14, n. 2, p. 197-210, 2016.
MORITA, Masahiro; SHINODA, Yoichi. “Information filtering based on user behavior analysis and best match text retrieval”. In: Proceedings of the 17th Annual International ACM-SIGIR Conference on Research and Development in Information Retrieval. Dublin, Ireland, 3-6 July 1994.
MYERS, Brad A.; HOLLAN, Jim; CRUZ, Izabel (Eds.). “Strategic directions in human-computer interaction”. ACM Computing Surveys, v. 28, n. 4, p. 794-809, 1996.
POSTER, Mark. The Mode of Information, Chicago: University of Chicago Press, 1990.
RICH, Elaine. “User modeling via stereotypes”. Cognitive Science, v. 3, p. 329-354, 1979.
ROUVROY, Antoinette; BERNS, Thomas. “Gobernabilidad algorítmica y perspectivas de emancipación: ¿lo dispar como condición de individuación mediante la relación?”. Ecuador Debate, n. 104, agosto de 2018.
SAKAGAMI, Hidekazu; KAMBA, Tomonari. “Computer networks and ISDN systems”. Computer Networks and ISDN Systems, v. 29, p. 1447-1455, 1997.
SHACKEL, Brian. “Man-computer interaction: the contribution of the human sciences”. Ergonomics, v. 12, n. 4, 1969.
SCHRAM, Brian. “Accidental orientations: rethinking queerness in archival times”. Surveillance & Society, v. 17, n. 5, p. 609-610, 2019.
SCOLARI, Carlos. Hacer click: hacia una sociosemiótica de las interacciones digitales. Barcelona: Gedisa, 2004.
U.S. CONGRESS, Office of Technology Assessment, Federal government information technology: Electronic record systems and individual privacy, Washington: Government Printing Office, 1986.
VAN OTTERLO, Martijn. “A machine learning view on profiling”. In: HILDEBRANDT, Mireille; DE VRIES, Katja (Eds.). Privacy, due process and the computational turn: the philosophy of law meets the philosophy of technology. Londres: Routledge, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Estudos Feministas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Estudos Feministas está sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
A licença permite:
Compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e/ou adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material) para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que os termos da licença sejam respeitados. Os termos são os seguintes:
Atribuição – Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se foram feitas mudanças. Isso pode ser feito de várias formas sem, no entanto, sugerir que o licenciador (ou licenciante) tenha aprovado o uso em questão.
Sem restrições adicionais - Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo permitido pela licença.