Lesbianidades, sapatonices e plataformas digitais no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2025v33n1104264Palavras-chave:
Lesbianidades, sapatonices, plataformização, plataformas digitaisResumo
Este estudo apresenta um mapeamento preliminar das formas como as plataformas digitais têm impactado a (re)produção das lesbianidades e sapatonices. Examina-se como essas plataformas tanto perpetuam a lesbofobia quanto contribuem para a construção de novos entendimentos acerca das lesbianidades e sapatonices. Além disso, investiga-se como os processos de colonialidade de dados e tecnologias intensificam as discriminações simbólicas e materiais contra lésbicas e sapatonas. O foco da pesquisa é a incidência desses processos em plataformas do Vale do Silício presentes em países da América Latina, com ênfase no Brasil, como o Instagram, o ChatGPT e o buscador do Google. Busca-se compreender também de que maneiras os algoritmos e outros elementos presentes nas plataformas digitais contribuem para a construção dos dispositivos de sexualidade e gênero, conforme elucidados por Foucault (2014).
Downloads
Referências
AZEVEDO, Dri. “A emergência do termo ‘sapatão-não-binárie’ como disputa discursiva no Brasil contemporâneo”. Revista Z Cultural, Rio de Janeiro, ano XIX, n. 1, 2024. Disponível em https://revistazcultural.pacc.ufrj.br/a-emergencia-do-termo-sapatao-nao-binarie-como-disputa-discursiva-no-brasil-contemporaneo/. Acesso em 17/06/2024.
BOYD, Danah; ELLISON, Nicole. “Social network sites: definition, history, and scholarship”. Journal of Computer-Mediated Communication, Indiana, v. 13, n. 1, Oct. 2007. Disponível em http://jcmc.indiana.edu/vol13/issue1/boyd.ellison.html. Acesso em 07/01/2024.
BUCHER, Taina. If…Then: algorithmic power and politics. Oxford: Oxford University Press, 2018.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015a.
BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Belo Horizonte: Autêntica, 2015b.
BUTLER, Judith. Quem tem medo de gênero? São Paulo: Boitempo, 2024.
ChatGPT. FAQ. GTP 3-5 versão de fev. 2023. Inteligência Artificial. 2023. Disponível em https://chat.openai.com/. Acesso em 08/08/2023.
COULDRY, Nick; MEJIAS, Ulises. “Data Colonialism: Rethinking Big Data’s Relation to the Contemporary Subject”. Television & New Media, v. 20, n. 4, p. 336-349, 2019.
FLORES, Val. Notas lesbianas: reflexiones desde la disidencia sexual. Rosario: Hipólita, 2005.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos IX: genealogia da ética, subjetividade e sexualidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014.
GILLESPIE, Tarleton. “A relevância dos algoritmos”. Parágrafo, v. 6, n. 1, p. 95-121, jan./abr. 2018.
HALBERSTAM, Jack. Masculinidad Femenina. Barcelona: Editorial Egales, 2008.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
HAN, Byung-Chul. Infocracia: digitalização e a crise da democracia. Petrópolis: Vozes, 2022.
HUI, Yuk. Tecnodiversidade. São Paulo: Ubu, 2020.
KOBABE, Maia. Gênero queer: memórias. São Paulo: Tinta-da-China Brasil, 2023.
LATOUR, Bruno. Reagregando o Social: uma introdução à teoria do Ator-Rede. Salvador: Editora da Universidade Federal da Bahia, 2012.
LEMOS, André. “Desafios Atuais da Cibercultura”. Jornal Correio do Povo, Caderno de Sábado, Porto Alegre, 15/06/2019, 2019.
LEMOS, André. “Epistemologia da comunicação, neomaterialismo e cultura digital”. Galáxia, São Paulo, p. 54-66, 2020. DOI: 10.1590/1982-25532020143970. Acesso em 17/06/2024.
MARCELINO, Sandra Regina. Mulher negra lésbica: a fala rompeu o seu contrato e não cabe mais espaço para o silêncio. 2011. 154 f. Mestrado (Serviço Social) - Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Disponível em https://www.maxwell.vrac.pucrio.br/18428/18428_1.PDF. Acesso em 10/07/2020.
NEJM, Rodrigo. Exposição de si e gerenciamento da privacidade de adolescentes nos contextos digitais. 2016. Doutorado (Psicologia Social) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil.
NOBLE, Safiya. Algorithms of oppression: How search engines reinforce racism. New York: NYU Press, 2018.
PRECIADO, Paul B. Testo Junkie: sexo, drogas e biopolítica na era farmacopornográfica. São Paulo: n-1 edições, 2018.
PRECIADO, Paul B. Um apartamento em Urano: crônicas da travessia. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
RAJI, Inioluwa; BUOLAMWINI, Joy. “Actionable Auditing: Investigating the Impact of Publicly Naming Biased Performance Results of Commercial AI Products”. Conference on Artificial Intelligence, Ethics, and Society, 2019.
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Editora 34, 2005.
RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.
RICAURTE, Paola. “Data Epistemologies, The Coloniality of Power, and Resistance”. Television & New Media, v. 20, n. 4, p. 350-365, 2019. DOI: 10.1177/1527476419831640. Acesso em 13/05/2024.
SILVA, Juremir Machado da. Diferença e descobrimento. O que é o imaginário? A hipótese do excedente de significação. Porto Alegre: Sulina, 2017.
SILVA, Tarcízio. Racismo Algorítmico em Plataformas Digitais: microagressões e discriminação em código. Comunidades, Algoritmos e Ativismos Digitais: olhares afrodiaspóricos. São Paulo: Editora LiteraRUA, 2020.
SOUTHERTON, Clare; MARSHALL, Daniel; AGGLETON, Peter; RASMUSSEN, Mary Lou; COVER, Rob. “Restricted modes: Social media, content classification and LGBTQ sexual citizenship”. New Media & Society, v. 23, n. 5, 2020.
TAGLIAMENTO, Grazielle; BRUNETTO, Dayana; ALMEIDA, Raquel. I LesboCenso Nacional: Mapeamento de Vivências Lésbicas no Brasil - Relatório Descritivo 1ª Etapa (2021-2022), 2022.
TURKLE, Sherry. “Always-On/Always-On-You: The Tethered Self”. In: KATZ, James E. Handbook of Mobile Communication Studies. The Mit Press, 2013. p. 121-138.
TYNES, Brendesha; LOZADA, Fantasy; SMITH, Naila; STEWART, Ashley. “From racial microaggressions to hate crimes: A model of online racism based on the lived experiences of adolescents of color”. In: TORINO, Gina C.; RIVERA, David P.; CAPODILUPO, Christina M.; NADAL, Kevin L.; WING SUE, Derald (Eds.). Microaggression Theory: Influence and Implications. Hoboken: Wiley, 2018. p. 194-212.
ZAMBENEDETTI, Gustavo; SILVA, Rosane. “Cartografia e genealogia: aproximações possíveis para a pesquisa em psicologia social”. Psicologia & Sociedade, v. 23 n. 3, p. 454-463, 2011. Disponível em https://www.scielo.br/j/psoc/a/c8kPmf5rKKMZMSgGwKjNVJJ/?lang=pt#ModalTutors. Acesso em 12/04/2023.
ZILLER, Joana; CARVALHO, Flora V.; LAMOUNIER, Gab; FACHARDO, Isadora R. J.; HOKI, Leíner; TEIXEIRA, Lídia P. F.; MORENA, Marina. “Lesbianidades em rede: visibilidades e invisibilidades no YouTube”. In: LAVITS, 2020, Salvador, Anais eletrônicos. Salvador: Lavits, set. 2019. Disponível em https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/61750/2/Lesbianidades%20em%20rede_%20visibilidades%20e%20invisibilidades%20no%20YouTube.pdf. Acesso em 03/10/2020.
ZUBOFF, Shoshana. “Big other: Surveillance capitalism and the prospects of an information civilization”. Journal of Information Technology, v. 30, n. 1, p. 75-89, 2015.
ZUBOFF, Shoshana. A era do capitalismo de vigilância: a luta por um futuro humano na nova fronteira do poder. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Estudos Feministas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Estudos Feministas está sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
A licença permite:
Compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e/ou adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material) para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que os termos da licença sejam respeitados. Os termos são os seguintes:
Atribuição – Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se foram feitas mudanças. Isso pode ser feito de várias formas sem, no entanto, sugerir que o licenciador (ou licenciante) tenha aprovado o uso em questão.
Sem restrições adicionais - Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo permitido pela licença.