A poesia de terror em Paul Éluard, Julia Hartwig e Anne Sexton
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2022v30n276548Palavras-chave:
surrealismo, gótico, gênero, terror, subjetividadeResumo
Ao indagar a complexa relação estética que se tece entre a poética do gótico e a poética do surrealismo, assegurada pelas experiências da crise do mito, do informe, e em consequência, do terror e do horror, neste artigo, proponho a leitura de alguns poemas que encenam essa difícil articulação. Paul Éluard, Julia Hartwig e Anne Sexton buscam, com efeito, os procedimentos aptos à encenação do doloroso desamparo subjetivo, que diz respeito, também, à questão dos limites do gênero. O regime da negatividade característico da poética gótica leva à recusa da busca por novos mitos e por novas imagens da criatividade feminina, típica do romantismo. Ao valorizar a representação do espaço, o gótico preparou o caminho da crítica, poética e feminista, dos discursos da psicanálise e da fenomenologia.
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