Hubertine Auclert e o seu feminismo avant la lettre

Autores

  • Vanessa Pastorini Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2022v30n380376

Palavras-chave:

feminismo francês, imprensa feminista, semiótica discursiva

Resumo

A origem do termo féminisme se situa por volta de 1837 em que descrevia, até onde se sabe, os ideais de emancipação das mulheres do jugo dos homens. Contudo, as origens da significação são extremamente vagas. O mesmo ocorre com féministe, cujas origens de significações são igualmente cambiantes e incertas. Nessa perspectiva, o presente artigo busca compreender a construção do feminismo no interior do jornal La Citoyenne, cuja diretora, Hubertine Auclert, fora a primeira mulher a se autoproclamar feminista na França do século XIX. Recorreremos, para tanto, ao aparato teórico-metodológico oferecido pela semiótica discursiva. Nosso olhar se volta para o estudo do que foi um jornal que hoje podemos considerar como feminista avant la lettre, suas reivindicações e seus ecos no movimento feminista contemporâneo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vanessa Pastorini, Universidade de São Paulo

Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos

Referências

ABREU, Maira de. Feminismo no Exílio: o Círculo de Mulheres Brasileiras em Paris e o Grupo

Latino-Americano de Mulheres em Paris. 2010. Mestrado (Programa de Pós-Graduação em

Teoria Sociológica e Pensamento Social) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.

ALBISTUR, Maité; ARMOGATHE, Daniel. Histoire du féminisme français: de l’empire napoléonien à nos jours. Paris: Éditions des Femmes, 1977.

BARROS, Diana de. Teoria do Discurso: fundamentos semióticos. São Paulo: Atual Editora, 2002.

BARROS, Diana de. Teoria Semiótica do Texto. São Paulo: Ática, 2005.

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: fatos e mitos. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro:

Editora Civilização Brasileira, 2020.

CHARAUDEAU, Patrick. Grammaire du sens et de l’expression. Paris: Hachette, 1992.

CHENUT, Helen. “L’esprit antiféministe et la campagne pour le suffrage en France, 1880-1914”.

Cahiers du Genre, v. 52, n. 1, p. 51-73, 2012. Disponível em https://www.cairn.info/revue-cahiers-dugenre-2012-1-page-51.htm#:~:text=L’opposition%20obstin%C3%A9e%20aux%20droits,veille%20de%20la%20Grande%20Guerre. Acesso em 17/04/2019.

DISCINI, Norma. O estilo nos textos: história em quadrinhos, mídia, literatura. São Paulo: Contexto, 2004.

DUBY, Georges; FRAISSE, Geneviève; PERROT, Michelle. História das Mulheres no Ocidente: o

século XIX. Porto: Edições Afrontamento, 1994.

DZEH-DJEN, Li. La presse féministe en France de 1869 à 1914. Paris: L. Rodstein, 1934.

ERNOT, Isabelle. “Voyageuses occidentales et impérialisme: l’Orient à la croisée des représentations (XIXe siècle)”. Genre et Histoire, v. 8, s/p, 2011. Disponível em https://journals.openedition.org/genrehistoire/1272?gathStatIcon=true&lang=en. Acesso em 03/05/2022.

FIORIN, José. As astúcias da enunciação: as categorias de pessoa, espaço e tempo. São Paulo:

Contexto, 2016

FIORIN, José Luiz. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2018.

HOOKS, bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 2018.

KLEJMAN, Laurence, ROCHEFORT, Florence. “Le féminisme sous la troisième république: 1870-

”. Matériaux pour l’histoire de notre temps, n. 1, p. 8-11, 1985. Disponível em https://www.persee.fr/doc/mat_0769-3206_1985_num_1_1_403977. Acesso em 05/06/2019.

LA CITOYENNE, Paris, n. 1, fevereiro, 1881.

LA CITOYENNE, Paris, n. 2, fevereiro, 1881.

LA CITOYENNE, Paris, n. 3, fevereiro, 1881.

LA CITOYENNE, Paris, n. 4, março, 1881.

LA CITOYENNE, Paris, n. 5, março, 1881.

LANDOWSKI, Eric. “O olhar comprometido”. Galaxia, n. 2, p. 19-56, 2001. Disponível em https://revistas.pucsp.br/index.php/galaxia/article/view/1241/747. Acesso em 03/08/2019.

OFFEN, Karen. “Sur l’origine des mots « féminisme » et « féministe »”. Revue d’histoire moderne et contemporaine, n. 3, p. 492-496, jul/set. 1987.

PASTORINI, Vanessa. “Semiótica e feminismo do século XIX: possibilidades de análise a partir da imprensa feminista”. Papéis: Revista do Programa de Pós-Graduação em estudos de Linguagens, v. 25, n. 49, p. 138-159, 2021. Disponível em https://periodicos.ufms.br/index.php/papeis/article/view/12925. Acesso em 07/05/2022.

PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2015.

PINTOR, Ángela. “Hubertine Auclert y su contribución a la causa feminista en Le radical. Journal politique et litteraire”. In: IX CONGRESSO INTERNACIONAL AUDEM, 1, 2016, Múrcia, Universidad de Murcia. Mujeres de letras pioneras: en el arte, el ensayismo y la educación, 2016, p. 799-814. Disponível em http://www.carm.es/edu/pub/20_2016/libropdf/MUJERES_DE_LETRAS_html.pdf. Acesso em 02/05/2022.

PRIMI, Alice. "Être fille de son siècle": L’engagement politique des femmes dans l’espace public

em France et em Allemagne de 1848 à 1870. 2006. Doutorado (Programa de Pós-Graduação

em História, Literatura e Sociedade) - Université Paris 8, Paris, França.

SALHANI, Jorge; SANTOS, Heloísa dos; CABRAL, Raquel. “Uma perspectiva feminista ao jornalismo para a paz”. Revista Estudos Feministas, v. 23, n. 3, p. 1-13, 2020. Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/61625. Acesso em 13/12/2020.

SCOTT, Joan. A cidadã paradoxal: as feministas francesas e os direitos dos homens. Tradução

Élvio Antônio Funck. Florianópolis: Ed. Mulheres, 2002.

THÉRENTY, Marie-Ève. La littérature au quotidien: poétiques journalistiques au XIXe siècle. Paris: Seuil, 2007.

VEAUVY, Christiane. “As proletárias saint-simonianas e sua herança. Entre ocultação e (re)descoberta de seus itinerários e escritos”. Ilha: Revista de Antropologia, v. 19, n. 1, p. 7-44, jun. 2017. Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/2175-8034.2017v19n1p7/35637. Acesso em 13/06/2020.

VERGÈS, Françoise. Un féminisme décolonial. Paris: La Fabrique, 2019.

WITTIG, Monique. “The Mark of Gender”. Feminist Issues, n. 5, s/p, 1985. Tradução: Rosa Vieira Guedes, 18 de Junho de 2016. Disponível em https://www.academia.edu/26344359/MONIQUE_WITTIG_A_marca_do_g%C3%A9nero. Acesso em 18/09/2019.

ZÉVAÈS, Alexandre. “Une candidature féministe”. La Révolution de 1849 et les révolutions du XIXe siècle, n. 138, p. 127-134, 1931. Disponível em https://www.persee.fr/doc/r1848_1155-8806_1931_num_28_138_1200. Acesso em 29/05/2020.

ZYLBERBERG-HOCQUARD, Marie-Hélène. “Femmes sans droit / Droits des femmes au XIXº siècle. Les femmes face à la citoyenneté”. Cahiers du GEDISST, n. 6, p. 11-27, 1993. Disponível em https://www.persee.fr/doc/genre_1165-3558_1993_num_6_1_903. Acesso em 05/04/2019.

Arquivos adicionais

Publicado

2022-12-14

Como Citar

Pastorini, V. (2022). Hubertine Auclert e o seu feminismo avant la lettre. Revista Estudos Feministas, 30(3). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2022v30n380376

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.