O equipamento praxeológico para o problema didático da modelagem matemática
DOI:
https://doi.org/10.5007/1981-1322.2021.e82061Resumo
Este artigo trata da problemática da profissão docente em modelagem matemática, isto é, o que ensinar e como ensinar modelagem, e da proposição de uma infraestrutura teórico-metodológica encaminhada para o enfrentamento dessa problemática. Objetivou-se construir uma infraestrutura teórico-metodológica a partir de recursos da teoria antropológica do didático. Para isso, propõe-se uma técnica de modelagem fundamentada na didática do percurso de estudo e investigação e, de modo mais inclusivo, em três gestos didáticos que preservam o caráter cíclico do processo. Os resultados a partir de experimentações empíricas sob a orientação da técnica proposta permitiu a proposição de um equipamento praxeológico útil, senão indispensável, denominado ciclo investigativo de modelagem matemática, por pressupormos que essa organização praxeológica constitui uma possível resposta ao enfrentamento do problema da profissão docente. Além disso, encaminham-se perspectivas futuras sobre o ciclo investigativo enquanto dispositivo didático duplamente funcional para o ensino e pesquisa.
Referências
Barquero, B., Bosch, M., & Gascón, J. (2011). Los recorridos de estudio e investigación y la modelización matemática en la enseñanza universitaria de las Ciencias Experimentales. Enseñanza de las ciencias: Revista de investigación y experiencias didácticas, v. 29, n. 3, p. 339-352.
Barquero, B., Bosch, M., & Gascón, J. (2013). The ecological dimension in the teaching of mathematical modelling at university. Recherches en Didactique de Mathématiques, v. 33, n. 3, p. 307-338.
Blum, W. (2011). Can modelling be taught and learnt? some answers from empirical research. In: Kaiser, G., Blum, W., Borromeo Ferri, R., & Stillman, G. A. (ed.). Trends in teaching and learning of Mathematical modelling. ICTMA14. Dordrecht: Springer. p. 15-30.
Blum, W., & Borromeo Ferri, R. (2009). Mathematical modelling: can it be taught and learnt? Journal of Mathematical Modelling and Application, v. 1, n. 1, p. 45-58.
Borromeo Ferri, R. (2006). Theoretical and empirical differentiations of phases in the modelling process. ZDM - The International Journal on Mathematics Education, v. 38, n. 2, p. 86-95.
Bosch, M., & Chevallard, Y. (1999). La sensibilité de l’activité mathématique aux ostensifs. Recherches en didactique des mathématiques, v. 19, n.1, p.77-124. Recuperado de: http://yves.chevallard.free.fr/spip/spip/IMG/pdf/Sensibilite_aux_ostensifs.pdf.
Bosch, M., Chevallard, Y., & Gascón, J. (2006). Science or magic? The use of models and theories in didactics of mathematics. Proceedings of the Fourth Congress of the European Society for Research in Mathematics Education.
Bourdieu, P. (2004). Coisas ditas. Tradução: Cássia R. da Silveira e Denise Moreno Pegorim. São Paulo: Editora Brasiliense.
Chevallard, Y. (1999). L‘analise des pratiques enseignantes em theórie anthopologique Du didactique, recherches em didactiques des mathematiques. Grenoble. La Pensée Sauvage Éditions, v. 19.2, p.221-265.
Chevallard, Y. (2005). La Transposición Didáctica: del saber sabio al saber enseñado. 2. ed. 3. reimp. Buenos Aires: Aique Grupo Editor.
Chevallard, Y. (2009a). La tad face au professeur de mathématiques. UMR Adef, Toulouse.
Chevallard, Y. (2009b). La notion d´ingénierie didactique, um concept à refonder. Questionnement et élémentos de réponses à partir de la TAD. In: Margolinas, C. et al. (org.): En amont et en aval des ingénieries didactiques, XVª École d´Été de Didactique des Mathématiques – Clermont-Ferrand (Puy-de-Dôme). Recherches em Didactique des Mathématiques. Grenoble: La Pensée Sauvage, v. 1, p. 81- 108.
Chevallard, Y. (2019). INTRODUCING THE ANTHROPOLOGICAL THEORY OF THE DIDACTIC: AN ATTEMPT AT A PRINCIPLED APPROACH. Hiroshima journal of mathematics education - 12: p.71-114.
Chevallard, Y. Éléments de didactique du développement durable – Leçon 1: Enquête codisciplinaire & EDD, 2013.
Cristensen, O. R., Skovsmose, O., & Yasukawa, K. (2008). The Mathematical state of world explorations in to the characteristics of mathematical descriptions. Alexandria - Revista de Educação em Ciências e Tecnologia, v.1, n.1, p. 77-90, mar.
Czocher, J. A. (2019). Precision, Priority, and Proxies in Mathematical Modelling. In.: Stillman, G. A.; Brown, J .P. (eds.), Lines of Inquiry in Mathematical Modelling Research in Education, ICME-13 Monographs.
Eco, U. (2002). El mago y el científico. El País, Madrid, 15 dez. p. 1-3.
Florensa, I., García, F. J., & Sala, G. (2020). Condiciones para la enseñanza de la modelización matemática: Estudios de caso en distintos niveles educativos. AIEM - Avances de Investigación en Educación Matemática - 17, p.21–37.
Garcia, F., Gascón, J., Higueras, L., & Bosch, M. (2006). Mathematical modelling as a tool for the connection of school mathematics. ZDM Mathematics Education, v. 38, n. 3, p. 226-246.
Gebauer, G. (2013). O pensamento antropológico de Wittgenstein. Tradução: Milton Camargo Mota. São Paulo: Loyola.
Grandsard, F. (2005). Mathematical modelling and the efficiency of our Mathematics.
Greefrath, G., & Vorhölter, K. (2016). Teaching and learning mathematical modelling: approaches and developments from german speaking countries. ICME13 TOPICAL SURVEY. Cham: Springer.
Guerra, R. B., & Silva, F. H. S. (2009). Reflexões sobre modelagem matemática crítica e o fazer matemático da escola. Perspectivas da Educação Matemática, v.2, n. 3, 95-119.
Jankvist, U. T., & Niss, M. (2019). Upper secondary school students’ difficulties with mathematical modelling. International journal of mathematical education in science and technology. https://doi.org/10.1080/0020739X.2019.1587530.
Perrenet, J., & Zwaneveld, B. (2012). The many faces of the mathematical modeling cycle. Journal of Mathematical Modelling and Application, v. 1, n. 6, p. 3-21.
Revuz, A. (1971). The position of geometry in mathematical education. Educational Studies in Mathematics, v. 4, p.48-52.
Schukajlow, S., Kaiser, G., & Stillman, G. (2018). Empirical research on teaching and learning of mathematical modelling: a survey on the current state-of-the-art. ZDM - Mathematics Education, v. 50(1–2), p. 5-18 Doi 10.1007/s11858-018-0933-5.
Sodré, G. J. M. (2019). Modelagem matemática escolar: uma organização praxeológica complexa. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Matemáticas) - Instituto de Educação Matemática e Científica, Universidade Federal do Pará, Belém.
Sodré, G. J. M., & Guerra, R. B. (2018). O ciclo investigativo de modelagem matemática. Educ. Matem. Pesq., São Paulo, v.20, n.3, p. 239-262. http://dx.doi.org/10.23925/1983-3156.2018v20i3p239-262.
Sodré, G. J. M., & Oliveira, M. L. S. (2021). O ciclo investigativo de modelagem matemática: uma transposição didática escolar. VIDYA, v. 41, n. 1, p. 35-57, jan. /jun., 2021 - Santa Maria.
Stillman, G. A. (2019). State of the art on modelling in mathematics education—lines of inquiry. In. Stillman, G. A. e Brown, J. P. (eds.), Lines Of Inquiry in Mathematical Modelling Research in Education, ICME-13 monographs, https://doi.org/10.1007/978-3-030-14931-4_1.
Vorhölter, K., Greefrath, G., Borromeo Ferri, R., Leiß, D., & Schukajlow, S. (2019). Mathematical Modelling. In: Jahnke, H. N. Hefendehl-Hebeker, L. (Eds.), Traditions in german-speaking mathematics education research (p. 91-114). Springer. doi: 10.1007/978-3-030-11069-7_4.
Wacquant, Loïc. (2007). Esclarecer o Habitus. Educação & Linguagem. Ano 10. Nº 16. p. 63-71, Jul.-Dez.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista Eletrônica de Educação Matemática
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista).