A tradução como um espaço alternativo para ação política
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2018v38n2p339Resumo
Este artigo examina a gênese, a dinâmica e o posicionamento de grupos ativistas de tradutores e intérpretes envolvidos em diversas formas de ação coletiva.O ativismo desses grupos é distinto pelo fato de eles usarem suas habilidades linguísticas para ampliar o espaço narrativo e dar poder às vozes invisibilizadas pelo poder global do inglês e da política das línguas. Eles ainda reconhecem que a língua e a tradução constituem um espaço de resistência, um meio de inverter a ordem simbólica.O uso de linguagem híbrida, a depreciação deliberada do inglês, o constante rearranjo da ordem e do espaço atribuídos às diferentes línguas em seus websites ? todas essas atividades fazem parte tanto de pautas políticas quanto da mediação linguística de textos e enunciados produzidos por terceiros, na qualidade de tradutores e intérpretes.O artigo analisa o posicionamento desses grupos em face do que Tarrow (2006, p.16) denomina “a nova geração de ativistas pela justiça mundial”, por um lado, e tradutores e intérpretes profissionais, por outro, e argumenta que eles ocupam um espaço "intermediário" entre o mundo do ativismo e a economia de serviços.
Referências
ATTON, C. Reshaping social movement media for a new millennium. Social Movement Studies, v. 2, n. 1, p. 3-15, 2003.
BAKER, M. Translation and Conflict: A Narrative Account. London; New York: Routledge, 2006a.
BAKER, M. Translation and activism: Emerging patterns of narrative community. The Massachusetts Review, v. 47, n. III, p. 462-484, 2006b.
BAKER, M. Resisting state terror: Theorizing communities of activist translators and interpreters. In: BIELSA,E.; HUGHES,C. W. (Orgs.). Globalization, Political Violence and Translation. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2009, p. 222-242.
BAKER, M. (2010) Narratives of terrorism and security: ‘Accurate’ translations, suspicious frames. Critical Studies on Terrorism, v. 3, n. 3, p. 347–364, 2010.
BALSALOBRE, L. S., MANUEL JEREZ, J., GARCÍA, E. M.; GUTIÉRREZ, E. R. ECOS: 12 years breaking down the barriers of silence and languages. Tradução do espanhol de A. Martin. In: BOÉRI, J; MAIER, C. (Orgs.). Translation/interpreting and social activism. Granada: ECOS, 2010, p. 7-18.
BOÉRI, J. A narrative account of the Babels vs. Naumann controversy: Competing perspectives on activism in conference interpreting. The Translator, v. 14, n. 1, p. 21-50, 2008.
BOÉRI, J. Babels, the social forum and the conference interpreting community: Overlapping and competing narratives on activism and interpreting in the era of globalisation. 2009. Tese de doutorado. CTIS, University of Manchester. Manchester, Inglaterra. 2009.
BOÉRI, J.; HODKINSON, S. Babels and the politics of language at the heart of Social Forum. 2005. Disponível em: <http://www.forumsocialmundial.org.br/dinamic.php?pagina¼babels>. Acesso em: 6 abr. 2012).
CARTY, V. Technology and counter-hegemonic movements: The case of Nike Corporation. Social Movement Studies, v. 1, n. 2, p. 129-146, 2002.
CARTY, V.; ONYETT, J. Protest, cyberactivism and new social movements: The reemergence of the Peace movement post 9/11. Social Movement Studies, v. 5, n. 3, p. 229-249, 2006.
DELLA PORTA, D.;MOSCA, L. Build locally, link globally: The Social Forum process in Italy. American Sociological Association, v. 16, n. 1, p. 63-81, 2010.
FLESHER FOMINAYA, C. Autonomous movements and the institutional left: Two approaches in tension in Madrid’s anti-globalization network. South European Society and Politics, v. 12, n. 3, p. 335-358, 2007.
HERNADI, P. On the how, what and why of narrative. In: MITCHELL,W. J. T. (Org.). On Narrative. Chicago; London: University of Chicago Press, 1980/1981, p. 197-199.
HODKINSON, S.; BOÉRI, J. (2005) Social Forums after London: The politics of language, Red Pepper. 2005. Disponível em: <http://www.redpepper.org.uk/Social-forums-after-London-The>. Acesso em: 9 mar. 2012).
JURIS, J. Social Forums and their margins: Networking logics and the cultural politics of autonomous space. Ephemera, v. 5, n. 2, p. 253-272, 2005.
LAMPROPOULOU, A. Babels’ interpreting policy in the Athens European Social Forum: A socio-political approach to interpreting. In: BOÉRI, J.; MAIER, C. (Orgs.). Interpreting and Social Activism. Granada: ECOS, 2010, p. 28-37.
MAECKELBERGH, M. Doing is believing: Prefiguration as strategic practice in the alter globalization movement. Social Movement Studies, v. 10, n. 1, p. 1-20, 2011.
MANUEL JEREZ, J.;LÓPEZ CORTÉS, J.;BRANDER DE LA IGLESIA, M. (n.d.) Social commitment in translation and interpreting: A view from ECOS, translators and interpreters for solidarity. Disponível em: <http://cicode-gcubo.ugr.es/ecos/artecos/articuloingles>. Acesso em: 11 mar. 2012.
MELUCCI, A. Challenging Codes: Collective Action in the Information Age. Cambridge: Cambridge University Press, 1996. Notes from Nowhere (Orgs.). We Are Everywhere: The Irresistible Rise of Global Anti-Capitalism. London: Verso, 2003.
NAUMANN, P. Babels and nomad – observations on the barbarising of communication at the 2005 World Social Forum, Communicate! 2005. Disponível em: <http://aiic.net/ViewPage.cfm/page1800.htm>. Acesso em: 27 abr. 2012.
PÉREZ-GONZÁLEZ, L. Intervention in new amateur subtitling cultures: A multimodal account, Linguistica Antverpiensia, 6, p. 67–80, 2007.
TALENS, M. The languages of Tlaxcala: A short history of a longwalk. In: BOÉRI, J.; MAIER, C. (Orgs.). Interpreting and Social Activism. Tradução do espanhol de S. Campbell. Granada: ECOS, 2010, p. 1924.
TARROW, S. The New Transnational Activism. Cambridge: Cambridge University Press, 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista).