A invariância do tamanho da imagem do próprio corpo em frente a um espelho plano: por que tantos estudantes erram esta questão?
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7941.2025.e103092Palavras-chave:
Espelhos Planos, Ideias dos Alunos, autoavaliaçãoResumo
Este trabalho envolve a aplicação de uma questão a estudantes universitários ingressantes no curso de Biologia, realizada durante a primeira aula de uma disciplina introdutória de Física, ministrada de forma remota devido à pandemia. A questão perguntava o que seria possível fazer para ver uma maior parte do próprio corpo em um espelho plano. Aproximadamente 90% dos estudantes responderam que isso seria possível ao se deslocar para frente ou para trás, replicando um resultado histórico obtido em um levantamento com mais de 400 estudantes. Após a realização de atividades voltadas para uma melhor compreensão do tema, foi aplicado um instrumento de autoavaliação no qual os estudantes explicaram a origem de suas respostas iniciais e descreveram sua compreensão final. A análise de conteúdo dos dados resultou na criação de categorias iniciais e finais para as explicações, assim como em uma matriz de transição das compreensões observadas. As autoavaliações revelaram uma diversidade das interpretações da situação, algumas das quais em consonância com resultados de pesquisas anteriores. Após as atividades, quase metade dos estudantes avançou em direção à resposta correta, embora vários ainda demonstrassem desconfiança do resultado. Ao final, são elencadas implicações para o ensino de óptica geométrica.
Referências
AYDIN, S.; KELES, U. P.; HASILOGLU, A. M. Establishment for misconceptions that science teacher candidates have about geometric optics. The Online Journal of New Horizons in Education, v. 2, n. 3, p. 7-15, 2012.
BRAVO, B. M.; PESA, M.; ROCHA, L. Implicancias de la enseñanza sobre el saber de los alumnos. El aprendizaje de fenómenos ópticos. Primera parte. Investigações em Ensino de Ciências, v. 16, n. 3, p. 489-507, 2011.
BRAVO, B. M.; PESA, M.; ROCHA, L. Implicancias de la enseñanza sobre el saber de los alumnos. El aprendizaje de fenómenos ópticos. Segunda parte. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, v. 8, n. 1, p.62-76, 2012.
CASSIDY, J. Explorabook. Palo Alto (CA): Klutz Press. 1981.
CHEN, C. C.; LIN, H. S.; LIN, M. L. Developing a two-tier diagnostic instrument to assess high school students' understanding the formation of image by plane mirror. Proceedings of the National Science Council of Republic of Corea, v. 12, n. 3, p. 106-121, 2002.
CUMMINGS, K.; GRILLO, E. Conceptual underpinnings of students' ability to understand reflections from a plane mirror. American Institute of Physics, 2005, p.185-188. DOI: 10.1063/1.2084732.
DEGIRMENCI, S. Examination of prospective science teachers' content knowledge on image in plane mirrors in terms of their approaches to error. European Journal of Educational Sciences, v. 10, n. 2, p. 41-76, 2023. DOI: 10.19044/ejes.v10no2a41.
EPSTEIN, L. C.; HEWITT, P. G. Thinking physics: questions with conceptual explanations. São Francisco (CA): Insight Press, 1981.
GIRCOREANO, J. P.; PACCA, J. L. A. O ensino da óptica na perspectiva de compreender a luz e a visão. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 18, n. 1, p. 26-40, 2001.
GOLDBERG, F. M.; MCDERMOTT, L. C. Student’s difficulties in understanding image formation by a plane mirror. The Physics Teacher, v. 24, n. 8, p. 472-480, 1986.
GOULART, S. M.; DIAS, C. N.; BARROS, S. L. S. Conceitos espontâneos de crianças sobre fenômenos relativos à luz: análise qualitativa. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 6, n. 1, p. 9-20, 1989.
GÜREL, D. K.; ERYILMAZ, A. A content analysis of physics textbooks as a probable source of misconceptions in geometric optics. Hacettepe University Journal of Education, v. 28, n.2, p. 234-245, 2013.
HARRES, J. B. S. Concepções espontâneas como ponto de partida para o ensino: um estudo quase experimental em óptica geométrica. 1991. Dissertação (Mestrado) - Porto Alegre, PUCRS.
HARRES, J. B. S. Um teste para detectar concepções alternativas sobre tópicos introdutórios de ótica geométrica. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 10, n. 3, p. 220-234, 1993. https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/6245
HARRES, J. B. S. “Avaliação de trás para a frente”: Autoavaliação da aprendizagem em aulas remotas de física no ensino superior. Revista Signos, v. 45, n.2, p. 485-504, 2024. https://doi.org/10.22410/issn.1983-0378.v45i2a2024.3698
HARRES, J. B. S.; GUEDES, M. V. K. Avaliação ampla de uma proposta didática inovadora para introdução à mecânica no ensino superior. Pesquisa e Debate em Educação, v. 8, n. 2, p. 243–274, 2018.
HASHWEH, M. Z. Effects of science teacher’s epistemological beliefs in teaching. Journal of Research in Science Teaching, v. 33, n. 1, p. 47-63, 1996.
HIŞIK, H. College student learning of pinhole and plane-mirror knowledge with a guided inquiry instruction. Necatibey Faculty of Education Electronic Journal of Science and Mathematics Education, v. 5, n. 1, 2, p. 139-151. 2011.
HUSIN, S. S. Student’s understanding of image formation by plane mirror: a phenomenological study. Science International, v. 31, n. 6, p. 885-890, 2019.
LANGLEY, D.; RONEN, M.; EYLON, B. Light propagation and visual patterns: preinstruction learner's conceptions. Journal of Research in Science Teaching, v. 34, n. 4, p. 399-424, 1997.
JOHN, M.; MOLEPO, J. M.; CHIRWA, M. How do learners conceptualize plane mirror reflection? A case study of grade 11 south African learners. International Journal of Educational Sciences, v. 13, n. 2, p. 221-230, 2016.
MAISTEGUI, A. P.; CHAMORRO, G.; TISERA, J. Un procedimiento experimental para ubicar imágenes. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 15, n. 2, p. 136-163, 1998.
MORAES, R. Análise de conteúdo. Educação, Porto Alegre, n. 37, p. 7-32, 1999.
OSUNA, L. G.; TORREGROSA, J.; CARRASCOSA, J. A. Planificando la enseñanza problematizada: el ejemplo de la óptica geométrica en educación secundaria. Enseñanza de las Ciencias, v. 25, n. 2, p. 277-294, 2007.
PESA, M. Concepciones y preconcepciones referidas a la formación de imágenes. Revista de Enseñanza de la Física, v. 12, n. 1, p. 13-46, 1999.
PESA, M.; CUDMANI, L. C.; BRAVO, S. Formas de razonamientos asociados a los sistemas preconceptuales sobre naturaleza y propagación de la luz: resultados de una experiencia piloto. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 12, n. 1, p. 17-31, 1995.
PESA, M. D.; CUDMANI, L. C.; SANDOVAL, J. S. Transferencia de resultados de la investigación educativa al aprendizaje de la óptica. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 15, n. 1/4, p. 42-51, 1993.
SANDOVAL, J.; SALINAS, J. Inversión y reversión en las imágenes formadas por espejos planos. Revista de Enseñanza de la Física, v. 8, n. 2, p. 29-36, 2016.
SILVEIRA, F. L. A nossa imagem no espelho plano diminui quando nos afastamos? Centro de Referência no Ensino de Física, UFRGS. 2016. https://cref.if.ufrgs.br/?contact-pergunta=a-nossa-imagem-no-espelho-plano-diminui-quando-nos-afastamos. Acesso em: 24 maio 2024.
VALADARES, J.; FONSECA, F. Uma estratégia construtivista e investigativa para o ensino da óptica. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação de Ciências, v. 4, n. 3, p. 74-85, 2004.
VIENNOT, L. Razonar en física. La contribución del sentido común. Madrid: Antonio Machado, 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE Certifico que participei da concepção do trabalho, em parte ou na íntegra, que não omiti quaisquer ligações ou acordos de financiamento entre os autores e companhias que possam ter interesse na publicação desse artigo. Certifico que o texto é original e que o trabalho, em parte ou na íntegra, ou qualquer outro trabalho com conteúdo substancialmente similar, de minha autoria, não foi enviado a outra revista e não o será enquanto sua publicação estiver sendo considerada pelo Caderno Brasileiro de Ensino de Física, quer seja no formato impresso ou no eletrônico.

Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, SC, Brasil - - - eISSN 2175-7941 - - - está licenciada sob Licença Creative Commons > > > > >
