Dança e conhecimento: reflexões sobre o corpo vivido
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8042.2020e65366Resumo
O objetivo deste estudo foi abordar a produção e o ganho do conhecimento dançado com base em diferentes correntes epistemológicas da área da dança. Assim, com base na visão fenomenológica existencialista de Merleau-Ponty, apresentada na obra Fenomenologia da Percepção, foi discutida a ideia do corpo vivido e do ganho do conhecimento na dança. Assumiu-se que o ato do dançar quando executado de forma intencional permite ao sujeito se expressar, dialogar e vivenciar fatos da vida, o que contribui para a consciência do “ser-no-mundo”. Nesse contexto, a dança se apresenta como campo cinestésico para o ganho de experiências corporificadas, estabelecidas a cada passo, giro, salto ou arranjo coreográfico vivenciado. De tal modo, a dinâmica processual do corpo vivido na dança sobrevém do arranjo mental das sensações apreendidas do meio externo por intermédio do corpo(eu)-em-movimento no tempo e no espaço, o que, não obstante, organiza o projeto de uma corporeidade.
Referências
ADSHEAD-LANSDALE, J. Dance history: An introduction. LAYSON, June (Ed.). Routledge, 2006.
ALÁRCON, M. Die Ordnung des Leibes- Eine Tanzphilosophische Betrachtung. Würzburg: Königshausen & Neumann, 2009.
ARISAKA, Y. Heidegger’s theory of space: A critique of Dreyfus. Inquiry, v. 38, n. 4, p. 455–467, 1995.
BOURDIEU, P. Sozialer Sinn. Kritik der theoretischen Vernunft. Frankfurt a.M.: Suhrkamp, 2003.
FOSTER, S. L. Reading dancing: Bodies and subjects in contemporary American dance. University of California Press, 1986.
FRALEIGH, S. H.; HANSTEIN, P. (Ed.). Researching dance: Evolving modes of inquiry. University of Pittsburgh Pre, 1998.
FRALEIGH, S. H. Dance and the lived body: A descriptive aesthetics. University of Pittsburgh Press, 1996.
FRANCO, M. A.; MENDES, M. I. B. S. Fenomenologia e Educação Física: uma revisão dos conceitos de corpo e motricidade. Motrivivência, v. 27, n. 45, p. 209–218, 2015.
FRANKO, M. What Is Dead and What Is Alive in Dance Phenomenology? Dance Research Journal, v. 43, n. 2, p. 1–4, 2011.
HUSSERL, E. Méditations Cartésiennes: Introduction À la Phénoménologie, Paris, 1931.
JOWITT, D. Writing in Motion. Connecticut: Wesleyan University Press Middletown, 2004.
KLEIN, G. Tanz in der Wissensgesellschaft. In: Wissen in Bewegung. S. Gehn, P. Husemann, K. von Wilcke (Org.). Bielefeld: Tanzcript, p. 25-36, 2007.
MARQUES, D. A. P. et al. Dança e expressividade: Uma aproximação com a fenomenologia. Movimento, v. 19, n. 1, p. 243–263, 2013.
MCFEE, Graham. Understanding dance. Routledge, 2003.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da Percepção. Tradução Carlos Alberto Ribeiro de Moura. Edição 4. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção (C. Moura Trad.). São Paulo: Martins Fontes, 1994.
NASCIMENTO, M. M. Dança e Corporeidade: considerações fenomenológicas do espaço dançado e corpo percebido. Revista Cena, v. 1, n. 13, p. 1–15, 2013.
NÓBREGA, T. P. Corpo, percepção e conhecimento em Merleau-Ponty. Estudos de Psicologia, v. 13, n. 2, p. 141–148, 2008.
PARVIAINEN, J. Bodily Knowledge : Epistemological Reflections on Dance. Dance Research Journal, v. 34, n. 1, p. 11–26, 2002.
SHEETS-JOHNSTONE, M. Phenomenology as a Way of Illuminating Dance. In Illuminating Dance: Philosophical Explorations. Cranbury, New Jersey: Associated University Presses, p.124-145, 1984.
SHEETS-JOHNSTONE, M. Thinking in movement. The Journal of Aesthetics and Art Criticism, v. 39, n. 4, p. 399–407, 1981.
SPARSHOTT, F. E. The structure of aesthetics, 1963.
WARBURTON, E. Of Meanings and Movements: Re-Languaging Embodiment in Dance Phenomenology and Cognition. Dance Research Journal, v. 43, n. October, p. 65–84, 2011.
WIDMER, C. Körper und Raum. In: ALÁRCON, Mónica; FISCHER, Miriam. Philosofie des Tanzes. Freiburg: Frauen e.V, p. 61-66, 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores dos textos enviados à Motrivivência deverão garantir, em formulário próprio no processo de submissão:
a) serem os únicos titulares dos direitos autorais dos artigos,
b) que não está sendo avaliado por outro(s) periódico(s),
c) e que, caso aprovado, transferem para a revista tais direitos, sem reservas, para publicação no formato on line.
Obs.: para os textos publicados, a revista Motrivivência adota a licença Creative Commons “Atribuição - Não Comercial - Compartilhar Igual 4.0 Internacional” (CC BY-NC-SA).