Dança e conhecimento: reflexões sobre o corpo vivido

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8042.2020e65366

Resumo

O objetivo deste estudo foi abordar a produção e o ganho do conhecimento dançado com base em diferentes correntes epistemológicas da área da dança. Assim, com base na visão fenomenológica existencialista de Merleau-Ponty, apresentada na obra Fenomenologia da Percepção, foi discutida a ideia do corpo vivido e do ganho do conhecimento na dança. Assumiu-se que o ato do dançar quando executado de forma intencional permite ao sujeito se expressar, dialogar e vivenciar fatos da vida, o que contribui para a consciência do “ser-no-mundo”. Nesse contexto, a dança se apresenta como campo cinestésico para o ganho de experiências corporificadas, estabelecidas a cada passo, giro, salto ou arranjo coreográfico vivenciado. De tal modo, a dinâmica processual do corpo vivido na dança sobrevém do arranjo mental das sensações apreendidas do meio externo por intermédio do corpo(eu)-em-movimento no tempo e no espaço, o que, não obstante, organiza o projeto de uma corporeidade.

Biografia do Autor

Marcelo de Maio Nascimento, Universidade Federal do Vale do São Francisco/Univasf

Possui graduação em Licenciatura em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1987). Expecialização em Treinamento Físico e Desportivo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1988), Mestrado em Ciências do Esporte pela Escola Superior de Educação Física de Colônia/Alemanha (1996) e doutorado em Ciências do Esporte pela Escola Superior de Educação Física de Colônia/Alemanha (2007). Marcelo se especializou em Dança/Teatro e Esporte e Gestão Ambiental pela Escola Superior de Educação Física de Colônia/Alemanha. Professor das disciplinas de Dança e Ginástica na Escola Superior de Educação Física de Colônia/Alemanha (2006-2010). Entre os anos de 1989-2010 atuou como professor de dança no Cologne Dance Center Koln/Alemanha e Tanz-Haus NRW Duesseldorf/Alemanha. Ministrou diversos workshops e coreografou espetaculos de dança em diferentes países europeus. Atualmente é professor Adjunto nível 01 da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) junto ao Colegiado de Educação Física com as seguintes funções: Professor das disciplinas de Dança, Ginástica e Esporte e Gestão ambiental, coordenador do Núcleo Temático (Educação, Cultura e Movimento), responsável pela linha temática "Cultura do Movimento e Meio Ambiente" e pelo convênio firmado entre o CEFIS/UNIVASF e o Instituto de Esporte e Meio Ambiente da Universidade de Esportes de Colônia/Alemanha (Deutsche Sporthochschule Koln), coordenar do projeto de Extensão: Pilates e o Idoso- Contribuições para o equilíbrio corporal, coordenador do GEPELMA-Grupo de Pesquisa e Estudo em Lazer e Meio Ambiente e, GEDAGIN-Grupo de Estudo em Dança e Ginástica, ambos credenciados ao CNPq. Integrante do corpo docente do Programa Master em Dança (V.I.E.W.) da Universidade de Esportes de Colônia/Alemanha desde 2012.

Referências

ADSHEAD-LANSDALE, J. Dance history: An introduction. LAYSON, June (Ed.). Routledge, 2006.

ALÁRCON, M. Die Ordnung des Leibes- Eine Tanzphilosophische Betrachtung. Würzburg: Königshausen & Neumann, 2009.

ARISAKA, Y. Heidegger’s theory of space: A critique of Dreyfus. Inquiry, v. 38, n. 4, p. 455–467, 1995.

BOURDIEU, P. Sozialer Sinn. Kritik der theoretischen Vernunft. Frankfurt a.M.: Suhrkamp, 2003.

FOSTER, S. L. Reading dancing: Bodies and subjects in contemporary American dance. University of California Press, 1986.

FRALEIGH, S. H.; HANSTEIN, P. (Ed.). Researching dance: Evolving modes of inquiry. University of Pittsburgh Pre, 1998.

FRALEIGH, S. H. Dance and the lived body: A descriptive aesthetics. University of Pittsburgh Press, 1996.

FRANCO, M. A.; MENDES, M. I. B. S. Fenomenologia e Educação Física: uma revisão dos conceitos de corpo e motricidade. Motrivivência, v. 27, n. 45, p. 209–218, 2015.

FRANKO, M. What Is Dead and What Is Alive in Dance Phenomenology? Dance Research Journal, v. 43, n. 2, p. 1–4, 2011.

HUSSERL, E. Méditations Cartésiennes: Introduction À la Phénoménologie, Paris, 1931.

JOWITT, D. Writing in Motion. Connecticut: Wesleyan University Press Middletown, 2004.

KLEIN, G. Tanz in der Wissensgesellschaft. In: Wissen in Bewegung. S. Gehn, P. Husemann, K. von Wilcke (Org.). Bielefeld: Tanzcript, p. 25-36, 2007.

MARQUES, D. A. P. et al. Dança e expressividade: Uma aproximação com a fenomenologia. Movimento, v. 19, n. 1, p. 243–263, 2013.

MCFEE, Graham. Understanding dance. Routledge, 2003.

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da Percepção. Tradução Carlos Alberto Ribeiro de Moura. Edição 4. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção (C. Moura Trad.). São Paulo: Martins Fontes, 1994.

NASCIMENTO, M. M. Dança e Corporeidade: considerações fenomenológicas do espaço dançado e corpo percebido. Revista Cena, v. 1, n. 13, p. 1–15, 2013.

NÓBREGA, T. P. Corpo, percepção e conhecimento em Merleau-Ponty. Estudos de Psicologia, v. 13, n. 2, p. 141–148, 2008.

PARVIAINEN, J. Bodily Knowledge : Epistemological Reflections on Dance. Dance Research Journal, v. 34, n. 1, p. 11–26, 2002.

SHEETS-JOHNSTONE, M. Phenomenology as a Way of Illuminating Dance. In Illuminating Dance: Philosophical Explorations. Cranbury, New Jersey: Associated University Presses, p.124-145, 1984.

SHEETS-JOHNSTONE, M. Thinking in movement. The Journal of Aesthetics and Art Criticism, v. 39, n. 4, p. 399–407, 1981.

SPARSHOTT, F. E. The structure of aesthetics, 1963.

WARBURTON, E. Of Meanings and Movements: Re-Languaging Embodiment in Dance Phenomenology and Cognition. Dance Research Journal, v. 43, n. October, p. 65–84, 2011.

WIDMER, C. Körper und Raum. In: ALÁRCON, Mónica; FISCHER, Miriam. Philosofie des Tanzes. Freiburg: Frauen e.V, p. 61-66, 2006.

Downloads

Publicado

2020-06-03

Como Citar

Nascimento, M. de M. (2020). Dança e conhecimento: reflexões sobre o corpo vivido. Motrivivência, 32(62), 01–17. https://doi.org/10.5007/2175-8042.2020e65366

Edição

Seção

Porta Aberta