As marchas de Gustave Cauvin – a primeira forma sistematizada e regular do cinema militante
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2017v9n18p83Resumo
O papel de Gustave Cauvin (1886-1951) na demarcação da primeira fase do cinema militante foi, individualmente, o mais marcante. O presente artigo tem como objetivo apresentar ao público brasileiro, por meio de relatórios de polícia e jornais militantes e pelo trabalho de Perron e Almberg no artigo La propagande par leilm: leslongues marches de Gustave Cauvin, publicado em 2012, as marchas de Cauvin nas Ardenas (França) com seu cinematógrafo em 1913. Destaca-se que sua dedicação à causa da propaganda pela imagem se situou em uma longa história de certo messianismo utópico, um voluntarismo político que buscava levar às massas as imagens que, associadas ao discurso, se pretendiam a voz da emancipação. Sua trajetória parece denunciar, também, o ápice dos limites de uma prática e uma ideologia do movimento operário francês às vésperas da Grande Guerra, ao mesmo tempo em que eram expressão do movimento contra a natalidade e do moralismo abstêmio originário na própria cultura burguesa.
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