As marchas de Gustave Cauvin – a primeira forma sistematizada e regular do cinema militante

Autores

  • Luiz Felipe Cezar Mundim PPGH Universidade Federal do Rio Grande do Sul / Centre d'Histoire Sociale du XXe Siécle - Université Paris 1 - Panthéon-Sorbonne http://orcid.org/0000-0003-0684-7918

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-9222.2017v9n18p83

Resumo

O papel de Gustave Cauvin (1886-1951) na demarcação da primeira fase do cinema militante foi, individualmente, o mais marcante. O presente artigo tem como objetivo apresentar ao público brasileiro, por meio de relatórios de polícia e jornais militantes e pelo trabalho de Perron e Almberg no artigo La propagande par leilm: leslongues marches de Gustave Cauvin, publicado em 2012, as marchas de Cauvin nas Ardenas (França) com seu cinematógrafo em 1913. Destaca-se que sua dedicação à causa da propaganda pela imagem se situou em uma longa história de certo messianismo utópico, um voluntarismo político que buscava levar às massas as imagens que, associadas ao discurso, se pretendiam a voz da emancipação. Sua trajetória parece denunciar, também, o ápice dos limites de uma prática e uma ideologia do movimento operário francês às vésperas da Grande Guerra, ao mesmo tempo em que eram expressão do movimento contra a natalidade e do moralismo abstêmio originário na própria cultura burguesa.

Biografia do Autor

Luiz Felipe Cezar Mundim, PPGH Universidade Federal do Rio Grande do Sul / Centre d'Histoire Sociale du XXe Siécle - Université Paris 1 - Panthéon-Sorbonne

Doutor em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pela Université Paris 1 - Panthéon-Sorbonne. Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás (2007). Bacharel e licenciado em História pela Universidade Federal de Goiás (2003), e bacharel em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2003). Formação com ênfase na área de História Contemporânea e História do Brasil República, atuando principalmente nos seguintes campos de pesquisa: história social do trabalho, história do cinema e história intelectual.

Referências

ALMBERG, Nina. Les Cameras du Peuple. Cinéma et mouvement ouvrier à la Belle Epoque. (Mémoire présenté pour le master de recherche. Mention: Histoire. Directrice de mémoire: Claire Andrieu. Institut d'Études Politiques de Paris (Sciences Po) – École Doctorale, 2010-2011).

ALMBERG, Nina; PERRON, Tangui. La propagande par le ilm: les longues marches de Gustave Cauvin. 1895. Mille huit cent quatre-vingt-quinze [En ligne], 66 | 2012, disponibilizado em 01 de março de 2015. URL: http://1895.revues.org/4457.

BIANCO René; OLIVESI Antoine, complétée par Rolf Dupuy et Guillaume Davranche. Le Maitron. Notice CAUVIN Gustave, Virgile [Dictionnaire des anarchistes], http:// maitron-en-ligne.univ-paris1.fr.janus.biu.sorbonne.fr/spip.php?article153850 versão disponibilizada online no dia 04 de abril de 2014.

BOUHEY, Vivien. Les Anarchistes contre la République. Contribution à l'histoire des réseaux sous la Troisième République (1880-1914). Presses Universitaires de Rennes, 2008.

CAUVIN, Gustave. “Constatons et à l'oeuvre?...” L’Ouvrier Syndiqué, 1 jul. 1908.

CAUVIN, Gustave. “Complices!!!”. L'Ouvrier Syndiqué, 1 set. 1908.

GIRAULT, Jacques (Dir.). Histoire, cinéma, CGT et un peu de banlieue. Ouvriers en banlieue. Paris, éditions de l'Atelier, 1998.

PIGENET, Michel; TARTAKOWSKI, Danielle. “Introduction: le social à la rencontre du politique ou la nationalisation des mobilisations (années 1880 – années 1930)”. In: PIGENET, Michel; TARTAKOWSKI, Danielle (orgs.). Histoire des mouvements sociaux en France de 1814 à nos jours. Paris: La Découverte, 2012.

MAITRON, Jean. Le mouvement anarchiste en France. Tomo I: Des origines a 1914. Paris: Gallimard, 1975.

MUNDIM, Luiz Felipe. “O público organizado para a luta: O Cinema do Povo na França e a resistência do movimento operário ao cinema comercial (1895- 1914)”. (Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Université Paris 1 Sorbonne. Porto Alegre, 2016, 290 f.).

PELLOUTIER, Fernand. “L'Art et la Révolte”. Conférence prononcée le 30 mai 1896. Choix d'articles à thème littéraire. Le Musée du Travail. Établie et annotée par Jean Pierre LECERCLE. Paris: Éditions Place d'armes, 2002.

PERRON, Tangui. “Le cinéma militant – Les origines du cinéma militant (ou le cinéma militant et la mort)”. In: Une encyclopédie du courtmétrage français, Jacques Kermabon et Jacky Evrard (dir.)., édition Yellow Now et Festival Côté Court, 2003. Disponível em: http://www.peripherie.asso.fr/mouvement-ouvrier-etcinema/le-cinema-militant. s/p.

PERRON, Tangui. “A la recherche du cinéma ouvrier: périodisation, typologie, déinition (en forme de propositions)”. In: Le cinéma ouvrier en France. Les Cahiers de la Cinémathèque. (cinémathèque de Perpignan), n° 71, décembre 2000. Disponível em: http://www.peripherie.asso.fr/mouvement-ouvrieret-cinema/la-recherche-du-cinema-ouvrier-periodisation-typologie-deinition.

Downloads

Publicado

2018-11-23

Como Citar

MUNDIM, Luiz Felipe Cezar. As marchas de Gustave Cauvin – a primeira forma sistematizada e regular do cinema militante. Revista Mundos do Trabalho, Florianópolis, v. 9, n. 18, p. 83–98, 2018. DOI: 10.5007/1984-9222.2017v9n18p83. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/1984-9222.2017v9n18p83. Acesso em: 20 abr. 2024.