Sobre as formas de excluir: permanência da seletividade escolar no ensino médio integrado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-795X.2018v36n3p891

Resumo

Este artigo tem com objeto de análise a seletividade escolar no ensino médio integrado. No intuito de compreender esse processo, realizamos entrevistas com estudantes do último ano dos cursos de ensino médio integrado de um Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia localizado em uma zona de periferia urbana. Considerando que uma significativa parte dos ingressantes desiste durante sua trajetória, a análise se deteve nos casos de permanência e êxito entre os estudantes do curso. Interessava-nos conhecer os motivos reportados pelos estudantes e suas disposições sociais que favoreceram a permanência na instituição. Para tanto, mobilizando aportes da Sociologia da Educação, pudemos verificar três aspectos fortemente vinculados ao êxito dos estudantes: (1) a formação do habitus atrelada ao capital cultural da origem social (BOURDIEU, 1998); (2) o aprendizado do ofício de aluno (PERRENOUD, 1995); (3) o curso de educação profissional como estratégia de acesso ao ensino superior. Na análise proposta, buscamos, ainda, explicitar a feição seletiva e excludente que caracteriza a história da escolarização no Brasil, argumentando que no processo de instalação e ampliação do acesso à escola no país o que se estabeleceu socialmente como “natural” foi a exclusão, a despeito das políticas e dos discursos em defesa do direito à educação para todos.

Biografia do Autor

Igor Ghelman Sordi Zibenberg, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

Doutorando e Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGEDU/UFRGS), Especialista em Gestão de Instituições de Ensino pela Faculdade Porto-Alegrense e Licenciado em Educação Física pela UFRGS. Atualmente é Técnico em Assuntos Educacionais no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Restinga.

Natália de Lacerda Gil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Natália Gil é Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Professora na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenadora do projeto de pesquisa interinstitucional (UFRGS, UNICAMP, USP) “A escola obrigatória e seus alunos: acesso, permanência e desempenhos (1870-1970)”, financiado pelo CNPq (processo nº 454937/2014-8).

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Publicado

2018-10-23

Como Citar

Zibenberg, I. G. S., & Gil, N. de L. (2018). Sobre as formas de excluir: permanência da seletividade escolar no ensino médio integrado. Perspectiva, 36(3), 891–907. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2018v36n3p891

Edição

Seção

Artigos