Materiais lexicográficos e pedagógicos para a educação de surdos: revisitando a história e as produções
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2020.e65934Resumo
A educação de surdos teve seu início no século XVI e a partir deste marco histórico educadores de surdos de algumas partes do mundo se empenharam em elaborar materiais pedagógicos e, mais adiante, lexicográficos para o ensino da língua de sinais, apesar da abordagem oralista ter sido a precursora. Este estudo se apoia em marcos históricos e contextuais da educação de surdos e objetiva conhecer o percurso histórico da elaboração de materiais lexicográficos e pedagógicos para a educação de surdos, do século XVIII ao XXI e inventariar algumas produções de Portugal e do Brasil, não deixando de refletir sobre as concepções didático-pedagógicas intrínsecas às obras selecionadas. Para tal, realizou-se uma pesquisa bibliografica e documental em busca de obras de referência produzidas em diferentes períodos históricos e diferentes países, em especial, em Portugal e no Brasil. Com base nos estudos realizados destacamos que existe uma quantidade considerável de materiais lexicográficos, produzidos de forma impressa, em CD-Rom, DVD e, atualmente, online. Tais materiais mantém uma tradição iconográfica, independentemente de seu formato. Percebe-se por meio do estudo que os materiais pedagógicos para a educação de surdos sempre foram elaborados com o fito de incrementar a prática pedagógica.
Referências
ALMEIDA, Eden V.; FILHO MAIA, Valdeci. Aprenda Libras com rapidez e eficiência. Curitiba: Mãos Sinais, 2009.
AZEVEDO, A. Os meus primeiros gestos: Guia para pais, língua gestual para bebés. Vila do Conde: Cuckoo, 2010.
BÉBIAN, R.- A. -A. Manuel d’ensegnement pratique des sourds-muets. Tome I- Modèles d’exercices. Paris: Chez Méquignon 1827.
BROULAND, J. Explication du Tableau Spécimen d’un dictionnaire des signes du langage mimique, mettant toute personne en état de l’apprendre seul. Paris: livret,
Boucquin, Imprimerie de l’Instituicion Imperiále de Sourds-Muets, 1855.
CARNEIRO, Léa P. De B.;BARRETO, Jorge M. Vamos Falar. Rio de Janeiro: Ministério da Educação- Instituto Nacional de Surdos Mudos, 1946.
CAPOVILLA, Fernando. C., RAPHAEL, Walkiria. D. Dicionario enciclopédico trilingue: língua de sinais brasileira. São Paulo: EDUSP, 2001, vol. I e II.
CAPOVILLA. F.C.; RAPHAEL, Walkiria.D.; MAURICIO, Aline.C.L.. NOVO DEIT-LIBRAS: Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira (Libras) Baseado em Linguística e Neurociências Cognitivas. 2 vol. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012.
CAPOVILLA. Fernando.C.; RAPHAEL, Walkiria.D.; TEMOTEO, Janice. G.; MARTINS, Antonielle Canterelli. Dicionário da Língua de Sinais do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2017.
COUTO, Alpia. Posso Falar: para o ensino especial aos deficientes da audição. Rio de Janeiro: Sedegra Sociedade Editora e Gráfica, 1991.
ESCOBAR, Juliana Lúcia. A Internet e a Democratização da Informação – proposta para um estudo de caso. Disponível em: http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/58958191132346222803642980758708141123.pdf . Acesso em: 20 de mar. 2019.
FELIPE, Tanya A. Libras em contexto. Brasilia: Programa Nacional de Apoio a Educação dos Surdos, MEC: SEESP, 2001.
GABEL, Valade J.-J. Lettres, mots et rapports. Grasse: Imprimerie E. Imbert et Cie, 1894.
GAMA, Flausino José da. lconographia dos signaes dos surdos mudos. Rio de Janeiro: Tipografia Universal de E. & S. Laemmert, 1875.
HAND TALK. Disponível em: https://www.handtalk.me/. Acesso em: 25 de março de 2019.
INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS. Compêndio para o Ensino dos Surdos-Mudos. Rio de Janeiro: Editorial INES, 2012.
INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS. MANUÁRIO ACADÊMICO E ESCOLAR. Disponível em: http://www.manuario.com.br/home. Acesso em: 23 de março de 2019.
JOHNSTON, T. Auslan dictionary: a dictionary of Australian Sign Language (Auslan), 19 JOHNSTON, T. Language Standardization and Sign Language Dictionaries. Sign Language Studies, 2003.
JOHNSTON, T. & Schembri, A. The use of ELAN Annotation Software in the Auslan Archive/ Corpus Project. Paper presented at Etnographic E-research Annotation Conference. (15-16). Victoria: University of Melbourne, Australia, 2005.
KENNEDY, G., MACKEE, D. Arnold, R., Dugdale, P., Fahey, S. & Moscovitz, D. A Concise Dictionary of New ZealandSign Language. Wellington: Bridget Williams Books, 1997.
LAMBERT (Abbé L.-M.). Le Langue de la Physionomie et du geste mis à la portée de tous-Jacques Lecoffre. Paris: Libraire-Éditeur, 1865.
LAVEAU (Abbé, F.). Catéchisme des sourds-muets illetrés que l’on ne peut pas instruire au moyen, de l’écriture, avec la collaboration de M. Eugène LEMEIGNEN, pour le dessin des gravures, et de M. GIRARD, frère de Saint-Gabriel, pour le dessin des signes naturells assujettis à une méthode. Première et Deuxième Partie, Nyon l’Aîne: Paris, 1868.
MACKEE, D.; MACKEE, R., Pivac, S., Pivac, L. & Vale, M. (Eds.). Online Dictionary of New Zealand Sign Language. Deaf Studies research Unit. Wellington: Victoria University of Wellington, New Zealand. Disponível em: http://nzsl.vuw.ac.nz/nzsl. Acesso em: 24 de jun.2011.
MACKEE, D.; MACKEE, R. Making an online dictionary od New Zealand Sign Language. Lexikos, 23, pp. 500-531, 2013.
MARTINS, M., Ferreira, P.; MINEIRO, A. Os dicionários e os avatares gestuais: o que são, como se fazem e para que servem. Lisboa: Universidade Católica Editora, 2012.
LIMA, Ana Lucia dos S. De. Letramento em Língua Portuguesa. Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2011.
MONTANHER, Heloir; JESUS, Jefferson Diego de.; FERNANDES, Sueli. Letramento em Libras. Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2010.
MORGADO, M. Os meus primeiros gestos. Lisboa: Casa Pia de Lisboa. (DVD), 2010.
OATES, Eugênio. Linguagem das maos. Aparecida do Norte: Santuario, 1989.
PÉLLISSIER, P. Iconographie des signes faisant partie de l’enseignment primaire des sourds-muets. Paris: Imprimerie et Librarie de Paul Dupont, 1856.
PRODEAF. Disponível em: http://www.prodeaf.net/. Acesso em: 24 de março de 2019.
SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Cadernos de Apoio e Aprendizagem: Libras (1º ao 5 º ano). São Paulo: SME-DOT, 2015.
SOLINA, F., Krapez, S., Jaklic, A., & Komac, V. Multimedia Dictionary and Synthesis of Sign Language: In Design and Managment of Multimedia Information Systems. Ljubljana: Mahbubur Rahman Syed Editor, 2001.
SOFIATO, Cássia Geciauskas. Do desenho à litografia: a origem da língua brasileira de sinais. Instituto de Artes.Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP: [s.n.], 2011.
STOKOE, W. Sign Language Structure: An outline of visual comunication systems of the american deaf. Studies in Linguístics: Ocasional papers nº8. Buffalo: University of Buffalo: Department of Anthropology and Linguístics, 1960.
SUZUKI, E., Horikoshi, M.; KAKAIHANA, K. Bilingual Sign Language Dictionary for Learning a Second Sign Language without Learning the Target Spoken Language. Proceedings of the MLR 2004. (pp. 93-96), 2004.
TROELSGARD, T.; KRISTOFFERSEN, J. H. An Electronic Dictionary of Danish Sign language. In Muller Quadros, R. (Ed.). Sign Languages: Spining and uraveling the past, presente and future. Petrópolis: Editora Arara Azul, 2008.
VLIBRAS. Tradutor de português pra Libras. Disponível em: http://www.vlibras.gov.br/. Acesso em: 25 de março de 2019.
VERTGES- BONNAL, F. Langue des Signes Française (LSF): des lexiques des XVIII et XIX siécle. Sabria, Richard (ed.). Les Langues des signes (LS): recherches sociolinguistiques et linguistique. (Glottopol), pp. 160-190. Disponível em: http:// www.univ-rouen.fr/dyalang/glottopol/numero_7.html Acesso em: 10 de mai. 2010.
WILCOX, S. The Multimedia Dictionary of American Sign Language: Learning Lessons About language, Technology and Business: Sign language Studies, 2003.
ZWITSERLOOD, I. Sign Language Lexicography in the Early 21 Century and a Recently Published Dictionary of Sign Language of the Netherlands: International Journal of Lexicography, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Paulo Vaz de Carvalho, Cássia Geciauskas Sofiato
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Esta revista proporciona acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento. Tal acesso está associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o Open Journal Sistem (OJS) assim como outros software de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.
A Perspectiva permite que os autores retenham os direitos autorais sem restrições bem como os direitos de publicação. Caso o texto venha a ser publicado posteriormente em outro veículo, solicita-se aos autores informar que o mesmo foi originalmente publicado como artigo na revista Perspectiva, bem como citar as referências bibliográficas completas dessa publicação.