Percursos e deslocamentos de crianças negras de países africanos na Rede de Educação Infantil da cidade de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2023.e86161Palavras-chave:
Migração transnacional, Relações raciais, Crianças pequenas migrantesResumo
A participação de crianças nos processos globais de migração tem se constituído ainda em um campo pouco explorado pelas pesquisas acerca das infâncias no Brasil. O campo dos estudos migratórios tanto nacionais quanto internacionais tem focado suas pesquisas nas relações laborais, dando pouca ou quase nenhuma visibilidade às infâncias. No entanto, as crianças migrantes continuam vivenciando experiências diversas em seus deslocamentos e estão expostas às violências advindas do racismo e da marginalização social em seus locais de destino. No caso brasileiro, além dos fluxos migratórios trazerem novos desafios estruturais, tal fato tem possibilitado às pessoas e às diversas instituições do país a repensar mitos, como o da “democracia racial”. Neste contexto, este artigo, que traz parte de uma pesquisa em andamento, tem como objetivo identificar a presença de crianças migrantes de países africanos na Rede de Educação Infantil da cidade de São Paulo entre os anos de 2009 e 2019, bem como analisar o alcance de sua presença na rede pública de atendimento à pequena infância no mesmo município. O texto apresenta aspectos da migração transnacional relacionados às questões raciais e à ocupação de territórios, particularmente na cidade de São Paulo, e examina dados sobre as crianças com idade entre 0 e 6 anos, em instituições de educação da rede pública paulistana, a partir do Portal Dados Abertos, da prefeitura do município. Como resultado, são discutidas as questões encontradas, como elementos para ampliar o campo dos estudos acerca de crianças migrantes menores de 7 anos.
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