Trabalho docente e políticas de formação continuada na rede municipal do Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2022.e86823Palavras-chave:
Trabalho docente, Formação continuada , Professor iniciante , Identidade profissional , Rede municipal de ensino , Desenvolvimento profissionalResumo
Este artigo apresenta algumas reflexões sobre a formação continuada de professores que se originam de resultados de pesquisas realizadas entre os anos de 2010 e 2020 no âmbito de uma universidade pública. O foco está direcionado às ações de formação continuada, promovidas pelo sistema municipal de ensino do Rio de Janeiro (SME/RJ) e pelas escolas que o integram, voltadas aos professores que nelas atuam, em especial, àqueles que ingressam na Rede. Buscamos analisar essas ações em diálogo com autores que discutem a temática, tais como: Gatti, Barreto e André (2011), Maués (2003), Nóvoa (1991), Zeichner (1998) e Diniz-Pereira (2010). Os procedimentos metodológicos buscaram atender aos objetivos e especificidades de cada uma das pesquisas e, dentre os recursos para a coleta de dados, estão questionários, entrevistas e observação, além da consulta a documentos. Compreendemos a formação continuada como parte importante do trabalho docente, que pode favorecer o desenvolvimento profissional. As pesquisas apontaram para a importância da formação continuada, pensada em uma perspectiva que tenha o trabalho docente como categoria central. Apontaram, ainda, para a falta de continuidade das ações formativas promovidas pelo sistema de ensino e para uma fragilidade no que se refere a transformar essas ações em políticas públicas, visto que, muitas vezes, elas estão circunscritas a um grupo gestor que trabalha com a periodicidade de um governo, portanto, delimitado pelo tempo das eleições municipais.
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