Gênero, cor/raça e níveis de letramento em Santa Catarina e Alagoas: um experimento com base em microdados do censo 2000
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2009v27n1p249Resumo
Valendo-se dos microdados do Censo 2000, o estudo se propôs confrontar as relações de gênero e de cor/raça com níveis de letramento nos estados de Santa Catarina (SC) e Alagoas (AL), estados estes representativos das situações extremas, no
país, em termos de educação escolar. O estudo considerou apenas a população jovem de 18 a 24 anos, a qual, pela idade, já poderia/deveria ter concluído a Educação Básica, o que corresponde ao nível 4 de letramento. Esses/as jovens de 18 a 24 anos foram classifi cados em diferentes níveis de letramento com base na quantidade de anos de estudo cursados com aprovação. Os resultados da análise são basicamente
três: primeiro, enquanto que em Santa Catarina predominam os níveis mais elevados de letramento, em Alagoas prevalecem os níveis mais baixos; segundo, em ambos os estados, as mulheres situam-se melhor que os homens do respectivo Estado em
termos de níveis de letramento; terceiro, tanto em Santa Catarina como em Alagoas tem-se a seguinte ordem decrescente quanto a níveis de letramento: 1o – mulheres brancas, 2o – homens brancos, 3o – mulheres negras, 4o – homens negros, ou seja,
superioridade ao mesmo tempo da mulher em relação ao homem e da cor/raça branca em relação à negra. Em síntese, ao mesmo tempo em que se mantêm as históricas desigualdades regionais e de cor/raça, as mulheres jovens (de 18 a 24 anos) apresentam melhores níveis de letramento do que os homens da mesma idade. O principal desafi o posto por estes resultados está na investigação e no enfrentamento político e pedagógico das causas que, ao mesmo tempo que levam à inversão da
relação de desigualdade no que concerne a gênero, mantêm e reproduzem as desigualdades educacionais relacionadas com as variáveis região e cor/raça.
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