“Juegos de verdad”, educación y el ethos del fascismo contemporáneo

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-795X.2021.e69860

Resumen

El artículo problematiza la crisis de verdad en la contemporaneidad y sus relaciones con la constitución de un ethos del fascismo, presentando las implicaciones en la educación. Para ello, analiza los juegos de verdad implicados en las relaciones de saber-poder y sus criterios institucionales de legitimidad, considerando que esos criterios, nombrados como de veridicción, están siendo deslegitimados por los efectos discursivos de la pos-verdad, considerada una estrategia de construcción de un ethos del fascismo. El decir verdadero, y asimismo las condiciones para el decir verdadero son analizadas desde la perspectiva del filósofo Michel Foucault, lo que posibilita hacer tensión sobre el campo de luchas que circunscribe la idea de verdad y cómo, en la contemporaneidad, están siendo puestos en suspensión los criterios de veridicción por las narrativas que deslegitiman las instituciones del decir verdadero. El anti-intelectualismo, el ataque a la educación y a los educadores, así como a la imprenta, son tácticas que utiliza el fascismo para desconstruir la idea de realidad y suspender los criterios de veridicción.

Biografía del autor/a

Mozart Linhares da Silva, Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC

Doutor em História pela PUCRS, com extensão na Universidade de Coimbra, pós-doutor em Educação pela UFRGS, professor do Programa de Pós-graduação em Educação (mestrado e doutorado) e do Departamento de História e Geografia da UNISC.

Betina Hillesheim, Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC

Psicóloga, doutora em Psicologia (PUCRS), professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação e do Mestrado Profissional em Psicologia (UNISC). 

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Publicado

2021-03-17

Cómo citar

Silva, M. L. da, & Hillesheim, B. (2021). “Juegos de verdad”, educación y el ethos del fascismo contemporáneo. Perspectiva, 39(1), 1–17. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2021.e69860