Os paradoxos da “gestão escolar" e o movimento de despolitização na escola brasileira: uma leitura aos periódicos nacionais da área de educação nos anos de 1990 a 2000
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2019.e53516Resumen
Este estudo versa pela revisão bibliográfica dos artigos que tenham socializado produções acadêmicas da área da Educação, cujo núcleo conceitual tenha sido “gestão educacional”/“gestão escolar”/“gestão democrática na escola” e, enquanto método tenha por proposta de análise a abordagem materialista histórico-crítica e dialética. Partimos das categorias marxianas para refletir o paradoxo existente em qualquer modelo que sustente o discurso da administração científica para a construção de uma rotina político-pedagógica pautada na lógica revolucionária. Destacamos os indicadores filosóficos “Totalidade” e “Mais-Valor” para confrontar os estudos. Para verificar o fenômeno na produção científica em Educação, nos apoiamos na pesquisa do tipo “Estudo da Arte”, enquanto um interessante dispositivo metodológico de atualização acadêmica (revisão bibliográfica), porquanto anuncia as tendências que sustentam a evolução do pensamento científico de determinada comunidade científica acerca de um determinado objeto e/ou fenômeno social. Os artigos para a análise constam de periódicos acadêmicos nacionais disponíveis na base de dados Scielo, no período entre 1990 a 2000. Para a seleção, pautamos a descrição dos títulos “Gestão Escolar” / “Gestão Educacional” e/ou “Gestão Democrática na escola”, resultando em 22 artigos coletados e 5 artigos analisados, uma vez que cumpriam todas as variáveis assinaladas. Ao fim, consideramos a existência do paradoxo constituído pelos autores que fundamentam seus estudos no método materialista histórico-crítico e dialético, atento à natureza das categorias específicas da economia e da formação social para desvelar a realidade, porém, incorporando as categorias da Administração Científica, principalmente na argumentação “gerencialista” naturalizando-as na racionalização de uma rotina escolar de pretensão contra hegemônica.
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