O capital erótico na produção de conteúdo sobre cultura fitness no Instagram
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2025v33n2105334Palavras-chave:
corpo, erotização, mídias digitais, influenciadorasResumo
Neste estudo qualitativo, analisamos como as influenciadoras digitais da cultura fitness, por meio de suas postagens no Instagram, constroem um capital erótico que se traduz em visibilidade e engajamento digital. As fontes de pesquisa produzidas entre agosto de 2021 e julho de 2022 capturaram imagens e vídeos de sete mulheres que criam conteúdo para mídia digital, focalizando aspectos visuais que enfatizam atributos corporais e estéticos. Os resultados indicam que as imagens não apenas exibem corpos idealizados, mas também reforçam o desejo e o consumo dessas ideias, conectando beleza, sex appeal, sociabilidade, vivacidade, apresentação social e sexualidade de forma estratégica para atrair seguidores. Concluímos que o corpo fitness é projetado e erotizado como capital simbólico e mercadoria visual, produzindo padrões estéticos e de desejos nas redes sociais.
Downloads
Referências
BANET-WEISER, Sarah. Empowered: popular feminism and popular misogyny. Duke University Press, 2018.
BOSCATTI, Ana Paula Garcia. Pornonacionalismo: A expansão da bunda na cultura de massa e a reinvenção do Brasil. Revista Brasileira de Estudos da Homocultura, v. 6, n. 19, p. 244-273, 2023.
BRACHTVOGEL, Caterine M.; SCHWENGBER, Maria S. V.; PINHEIRO, Naira L. G. M. A cultura do fitness nos memes da internet: performances de gênero - entre tradição e inovação. In: Tarcísio Dorn de Oliveira. (Org.). Desenvolvimento, tecnologias e educação: diálogos multidisciplinares. 3ed.Curitiba: CRV, 2019, v. 3, p. 35-46.
BRASIL. Lei n. 9610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Lei de Direitos Autorais, Brasília, fev.1998.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 7 de abril de 2016. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 24 maio de 2016. Seção 1. p. 44-46.
CARAH, Nicholas; SHAUL, Michelle. Brands and Instagram: Point, tap, swipe, glance. Mobile Media & Comunication, v. 4, n.1, p. 69-84, 2015.
CINTI, Daniele Temis Roma et al. Revisão sistemática sobre o Pole Dance. Research, Society and Development, v. 11, n. 3, p. e11711326470-e11711326470, 2022.
COVER, Rob. The naked subject: nudity, context and sexulization in contemporary culture. Body & Society. v. 9, n. 3, p. 52-72, 2003.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis-RJ: Vozes, 1988.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 2 – o uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 1990.
GOANTA, Catalina; BERTAGLIA, Thales Costa. Influenciadores digitais, modelos de monetização e plataformas como espaços de transações comerciais. Brazilian Creative Industries Journal, v. 3, n. 1, jan/jun 2023.
GODOY, Juan Diego. Mais pele à mostra, mais visibilidade: é assim que o Instagram prioriza a nudez. El País, Madri, 27 de setembro de 2020. Disponível em https://brasil.elpais.com/tecnologia/2020-09-27/mais-pele-a-mostra-mais-visibilidade-e-assim-que-o-instagram-prioriza-a-nudez.html Acesso em 07/11/2024
GOELLNER, Silvana Vilodre; GUIMARÃES, Aline Rodrigues; MACEDO, Christiane Garcia. Corpos, gêneros, sexualidades e relações étnico-raciais: reflexões a partir de uma experiência em sala de aula. In: SILVA, Fabiane Ferreira da Silva; MELLO, Elena Maria Billig. (orgs.). Corpos, gêneros, sexualidades e relações étnico-raciais na educação. Uruguaiana: Unipampa, 2011. p. 13-27.
HAKIM, Catherine. Erotic capital: The power of attraction in the boardroom and the bedroom. Basic books, 2011.
JAEGER, Angelita Alice; GOELLNER, Silvana Vilodre. O músculo estraga a mulher? a produção de feminilidades no fisiculturismo. Revista Estudos Feministas, n. 19, v. 3, set/dez. 2011.
JAEGER, Angelita Alice; OLIVEIRA, Myllena Camargo de. Explorando o Instagram das musas fitness: beleza, heteronormatividade e erotização. In: Gênero e sexualidade no esporte e na educação física. Editora edufrn, v. 6, Natal, 2020.
JAEGER, Angelita Alice; ALVARENGA, Marcos Aurélio do Carmo. Metodologias visuais e redes sociais: a imagem como um potente território de pesquisa em tempos de pandemia. In: Os desafios da pandemia à produção científica em Ciências do Movimento Humano [recurso eletrônico] / Angelita Alice Jaeger, Silvana Corrêa Matheus, organizadoras. Santa Maria, RS: Ed. UFSM, 2022.
KAYSER-BRIL, Nicolas; RICHARD, Édouard; DUPORTAIL, Judith; SCHACHT, Kira. Undress or fail: Instagram´s algorithm strong-arms users into showing skin. Algorithm Watch, 15 de junho de 2020. Disponível em: Undress or fail: Instagram’s algorithm strong-arms users into showing skin - AlgorithmWatch Acesso em: 12/02/2025.
KRIJNEN, Tonny; VAN BAUWEL, Sofie. Gender and media: representing, producting, consuming. London: Routledge, 2021.
LING, Anqi. The Impact of Social Media on Body Image Anxiety Among Females. In: 2022 3rd International Conference on Mental Health, Education and Human Development (MHEHD 2022). Atlantis Press, 2022. p. 716-720.
MAYOH, Joanne; JONES, Ian. Young people’s experiences of engaging with fitspiration on Instagram: Gendered perspective. Journal of Medical Internet Research, v. 23, n. 10, p. e17811, 2021.
META. Política de Privacidade. Facebook, 9 de outubro de 2024. Disponível em https://www.facebook.com/privacy/policy Acesso em 08.nov.2024.
ORTEGA, Francisco. O corpo incerto. Editora Garamond, 2011.
PRECIADO, Paul B. Pornotopia: Playboy e a invenção da sexualidade multimídia. N-1 edições, 2020.
PRECIADO, Paul B. Testo Junkie: Sexo, drogas e biopolítica na era farmacopornográfica. N-1 edições, 2018.
ROMERO, Fernanda Gabriela Gadelha. #Lifestyle: a imagem do corpo fitness feminino como produto de consumo no Instagram. 2018. 157f. Tese (Doutorado em Estudos da Midia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.
ROSE, Gillian. Metodologías Visuales: Una introducción a la investigación com materiales visuales. Espanha: CENDEAC, 2019.
SAMPIERI, Roberto Hernández.; COLLADO, Carlos Fernández; LUCIO, Pillar Baptista. Metodología de la Investigación. E-book. 5ª ed. México: McGraw Hill, 2010.
SIBILIA, Paula. Redes ou paredes: a escola em tempos de dispersão. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.
SILVA, Pâmella Cordeiro da. Corpo feminino e subjetividades: as narrativas transmidiáticas de influenciadoras digitais e a performance de si no Instagram. 2024. 134 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) - Faculdade de Comunicação Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024.
SOUZA, Joana Dourado França de; COUTO, Edvaldo Souza. Musas fitness na cibercultura: pedagogias de corpos perfeitos no Instagram. Acta Sci. Educ., v. 42, e52788, 2020.
TÜRCKE, Christoph. Sociedade excitada: filosofia da sensação. Campinas: Editora da Unicamp, 2010.
VENTURINI, Ivana Vedoin; et al. Musas Fitness e a tríade corpo-consumo-felicidade. Revista Movimento, v. 26, e26003, Porto Alegre, 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Estudos Feministas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Estudos Feministas está sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
A licença permite:
Compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e/ou adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material) para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que os termos da licença sejam respeitados. Os termos são os seguintes:
Atribuição – Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se foram feitas mudanças. Isso pode ser feito de várias formas sem, no entanto, sugerir que o licenciador (ou licenciante) tenha aprovado o uso em questão.
Sem restrições adicionais - Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo permitido pela licença.


