A mãe preta e o Nome-do-pai: questões com Lélia Gonzalez
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2022v30n379996Palavras-chave:
feminismo, psicanálise, Lélia Gonzalez, Freud, LacanResumo
No ensaio Racismo e sexismo na cultura brasileira, Lélia Gonzalez trabalha a tese de que
o racismo é a sintomática da neurose cultural brasileira, ideia que remete à teoria psicanalítica, trazendo a necessidade de explicitar suas concepções de sintoma e de neurose. Neste artigo, contextualizo o argumento do ensaio de Gonzalez com relação à psicanálise e a outros aspectos de seu pensamento (especialmente o conceito de amefricanidade) e enfatizo o tema da mãe preta que, por ser inserido no ambiente teórico da psicanálise lacaniana, é aí tratado à luz do modo como esta trabalhou o complexo de Édipo, situando o Nome-do-pai como seu operador central.
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