O risco da ira feminista: neoliberalismo e ressentimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2023v31n183211

Palavras-chave:

feminismo, neoliberalismo, emoções, risco, ressentimento

Resumo

A racionalidade neoliberal, articulada à sociedade do controle, favoreceu um modo de subjetivação calcado na moral. De um lado, o neoliberalismo promoveu um alargamento da incerteza na vida dos ‘humanos feito capitais’, os convocando a uma responsabilidade individual e familiar opressora. De outro lado, a sociedade do controle codifica e captura as percepções e os afetos a fim de apropriar-se do futuro, conformando sujeitos cada vez mais responsivos, porém impotentes. Neste contexto, os afetos que circulam nos feminismos, como a ira e a raiva, correm alto risco de serem colonizados pelo ressentimento moral. Este texto trabalha para evitá-lo, ao trazer a distinção entre moralidade e ética, presentes na obra de Michel Foucault e Gilles Deleuze, e revistar o debate de Wendy Brown e Sara Ahmed, a fim de jogar luz sobre as práticas políticas dos feminismos contemporâneos.

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Biografia do Autor

Joana Mostafa, Universidade Estadual de Campinas

Doutoranda em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), fez mestrado e gradução em Economia pela mesma universidade.  É servidora pública federal do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada na área de gênero e políticas públicas, que são seus interesses de pesquisa e atuação política.

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Arquivos adicionais

Publicado

2023-07-12

Como Citar

Mostafa, J. (2023). O risco da ira feminista: neoliberalismo e ressentimento. Revista Estudos Feministas, 31(1). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2023v31n183211

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