Guerras, invisibilização, protagonismo e resistência feminina no romance Cunhataí
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2023v31n183497Palavras-chave:
mulheres, Guerra do Paraguai, Guerra Guasu, invisibilidade, resistência femininaResumo
A partir da análise do livro Cunhataí: um romance da Guerra do Paraguai (2003), de Maria
Filomena Bouissou Lepecki, temos por objetivo debater criticamente o lugar excêntrico que a história oficial destinou às mulheres, em particular, no espaço da Guerra do Paraguai/Guerra Guasu (1864-1870), cenário a partir do qual se desenvolve o enredo. O romance é aqui empreendido como um produto cultural ético, estético e político que se constitui por meio de uma (re)visitação/(re)escritura do episódio bélico a partir da ótica feminina, mobilizando, dessa maneira, vozes outras, formas outras de ser e sentir marcadas nesses corpos dissidentes. Sob essa perspectiva, nossa proposta é apresentar o debate historiográfico em torno do conflito platino com vistas a discutir como a ficção literária de Maria Filomena Bouissou Lepecki questiona a narrativa oficial da Guerra do Paraguai/Guerra Guasu ao tornar visível o papel das mulheres nesse conflito bélico.
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