De quem é esse corpo? A sexualidade de mulheres com Síndrome de Down

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2024v32n190414

Palavras-chave:

Síndrome de Down, Corpo, Sexualidade

Resumo

A sexualidade de mulheres com deficiência vem sendo tratada como tabu por mães e pessoas que trabalham de maneira muito próxima a essas mulheres. A presente pesquisa teve como objetivo analisar as narrativas de mães e profissionais sobre a sexualidade das mulheres com Síndrome de Down (SD). Para isso foram realizadas entrevistas com mães de pessoas com SD e com profissionais que trabalham diretamente com tais indivíduos. Os resultados mostram que o silêncio é a norma. As participantes da pesquisa ficaram visivelmente incomodadas de falar sobre o tema e quando falaram disseram que as mulheres com Síndrome de Down não são independentes no que diz respeito aos seus próprios corpos. Uma das consequências graves da negação ao direito básico pelos seus corpos é o alto número de violência sexual sofrida pelas mulheres com Síndrome de Down.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marina Dias de Faria, Universidade de Coimbra

É pós-doutora pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Doutora em Administração pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Doutoranda em Estudos Feministas pela Universidade de Coimbra. Professora Adjunta na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro no curso de Administração Pública. Principal linha de pesquisa foca nos estudos da deficiência.

Referências

BARBOSA, Maria; MELLO, Marília. “A distopia de uma política criminal punitivista frente aos crimes de estupro”. Direito Público, v. 19, n. 103, p. 385-413, 2022. Disponível em https://doi.org/10.11117/rdp.v19i103.6627.

BAUER, Martin. “A análise de conteúdo clássica: uma revisão”. In: BAUER, Martin; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 189-217.

BUMILLER, Kristin. “Fallen Angels: The Representation of Violence Against Women in Legal Culture”. International Journal of the Sociology of Law, Londres, Nova Iorque, n. 18, p. 125-142, 1990.

EREVELLES, Nirmala. Disability and Difference in Global Contexts: Enabling a Transformative Body Politic. New York, N.Y: Springer, 2011. DOI: https://doi.org/10.1057/9781137001184.

ESTEVES, Mafalda; SANTOS, Ana Cristina; SANTOS, Alexandra. “Zonas de Liberdade LGBTI+? Práticas e Gramáticas para uma intervenção profissional inclusiva com crianças e jovens LGBTI+”. Exæquo, Lisboa, n. 44, p. 145-161. 2021. DOI: https://10.22355/exaequo.2021.44.10.

GARLAND-THOMSON, Rosemarie. “Integrating Disability, Transforming Feminist Theory”. In: KIM, Hall. Feminist Disability Studies. Indiana: Bloomington and Indianapolis, 2011. p. 13-47.

GARLAND-THOMSON, Rosemarie. “Reconfigurar, Repensar, Redefinir: Estudos Feministas da Deficiência”. In: SANTOS, Ana Cristina; FONTES, Fernando; MARTINS, Bruno; SANTOS, Ana Lúcia (Orgs.). Mulheres, Sexualidade, Deficiência: Os Interditos da cidadania íntima. Coimbra: Almedina, 2019. p. 47-78.

GOODLEY, Dan. Disability Studies: An Interdisciplinary Introduction. London: Sage, 2011.

MEINERZ, Nádia. “Corpo e outras (de)limitações sexuais: uma análise antropológica da revista Sexuality and Disability entre os anos de 1996 e 2006”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 25, n. 72, 2010.

MINTZ, Susannah. “Invisible Disability: Georgina Kleeg’s Sight Unseen”. In: KIM, Hall. Feminist Disability Studies. Indiana: Bloomington and Indianapolis, 2011. p. 69-90.

PASSOS, Regina; TELLES, Fernanda; OLIVEIRA, Maria. “Da violência sexual e outras ofensas contra a mulher com deficiência”. Saúde Debate, v. 43, número especial 4, p. 154-164, 2019. Disponível em https://doi.org/10.1590/0103-11042019S413.

PLUMMER, Ken. Intimate Citizenship: private decisions and public dialogues. Montreal & Kingston: McGill-Queen’s University Press, 2003.

RÉGIS, Hebe. Mulheres com deficiência intelectual e a esterilização involuntária: de quem é esse corpo? 2013. (Dissertação de Mestrado em Psicologia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. Disponível em https://repositorio.ufsc.br/bitstream/ handle/123456789/123020/323929.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 29/07/2023.

ROSENEIL, Sasha; CROWHURST, Isabel; HELLESUND, Tone; SANTOS, Ana Cristina; STOILOVA, Mariya. The Tenacity of the Couple-Norm. Intimate Citizenship Regimes in a Changing Europe. UCL Press, 2020. p. 3-33. Livro publicado em regime de Open Access. Disponível em https://www.uclpress.co.uk/products/166273#.

SANTOS, Ana Cristina. “Introdução”. In: SANTOS, Ana Cristina; FONTES, Fernando; MARTINS, Bruno; SANTOS, Ana Lúcia. (Orgs.). Mulheres, Sexualidade, Deficiência: Os interditos da cidadania íntima. Coimbra: Almedina, 2019.

SHILDRICK, Margrit. “Algumas reflexões sobre cidadania sexual e mulheres com deficiência”. In: SANTOS, Ana Cristina; FONTES, Fernando; MARTINS, Bruno; SANTOS, Ana Lúcia (Orgs.). Mulheres, Sexualidade, Deficiência: Os interditos da cidadania íntima. Coimbra: Almedina, 2019.

SHILDRICK, Margrit. Dangerous Discouses of Disability, Subjectivity and Sexuality. London: Palgrave Macmillan, 2012.

SIEBERS, Tobin. Disability Theory. Michigan: The University of Michigan Press, 2008.

THOMAS, Carol. Female Forms: Experiencing and understanding disability. Philadelphia: Open University Press, 2008.

WILKERSON, Abby. “Disability, sex, radicalism and political Agency”. In: KIM, Hall. Feminist Disability Studies. Indiana: Bloomington and Indianapolis, 2011. p. 193-217.

Downloads

Publicado

2024-05-27

Como Citar

Dias de Faria, M. (2024). De quem é esse corpo? A sexualidade de mulheres com Síndrome de Down. Revista Estudos Feministas, 32(1). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2024v32n190414

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.