Ficção do horror e a alegoria do monstruoso: interfaces entre psicanálise e estudos queer
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-1384.2025.e104306Palavras-chave:
psicanálise, estudos queer, cinema de horror, infamiliar, monstruosidadeResumo
Este artigo investiga as interfaces entre psicanálise, estudos queer e cinema de horror, destacando o potencial desse gênero em abordar questões de gênero, sexualidade e identidade. Por meio de um enfoque teórico baseado em conceitos como "Das Unheimlich", a abjeção e o retorno do reprimido, analisam-se narrativas cinematográficas que mobilizam o monstruoso e o infamiliar para revelar fantasias inconscientes e transgressões normativas. Filmes como The Rocky Horror Picture Show são explorados como exemplos emblemáticos de como o horror articula o estranho e o abjeto para problematizar normas de gênero e sexualidade, além de desafiar hierarquias simbólicas e sociais. O estudo aponta que o cinema de horror, ao integrar aspectos do inconsciente e da crítica cultural, oferece uma perspectiva enriquecedora para compreender dinâmicas psíquicas e culturais contemporâneas. Conclui-se que o horror, enquanto linguagem estética, é um campo de resistência que contribui para ampliar debates psicanalíticos e culturais sobre diferença e alteridade.
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