Masculinistas, redpills y otras polémicas tragicómicas en YouTube

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-1384.2025.e107582

Palabras clave:

masculinismo, redpill, gênero, antifeminismo, YouTube

Resumen

Este artículo analiza cómo YouTube ha sido utilizado por influenciadores brasileños para difundir discursos masculinistas, antifeministas y redpill, que a menudo se articulan con discursos políticos de derecha. La investigación se centró en tres canales de la plataforma, seleccionados por su audiencia significativa y continuidad en el tiempo, con datos recolectados en dos momentos distintos: 2023 y 2025. A partir de un enfoque de etnografía digital, se observaron vídeos, discursos e imágenes difundidos por los canales, con énfasis en las estrategias empleadas para deslegitimar el feminismo y reafirmar roles de género tradicionales. Los tres canales, aunque adoptan estilos distintos —uno más “académico”, otro con un tono humorístico y un tercero abiertamente redpill— presentan importantes convergencias: repetición de argumentos, manipulación de datos y construcción de narrativas distorsionadas para sostener perspectivas masculinistas y antifeministas. El estudio también pone de relieve el papel central de los algoritmos, la monetización y el lenguaje en la consolidación de una cultura digital misógina, subrayando la importancia de comprender estas dinámicas en la disputa contemporánea por los sentidos del género y el poder en las redes sociales.

Biografía del autor/a

Cristina Scheibe Wolff, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC

Professora do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina e dos Programas de Pós-Graduação em História e Interdisciplinar em Ciências Humanas. Membro do Instituto de Estudos de Gênero (IEG) e do Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH). Atualmente trabalha sobre Gênero e Emoções na resistência às Ditaduras Militares no Cone Sul e sobre a história do feminismo contemporâneo no Brasil.

Gabriel Gobbi Betti, Universidade Federal de Santa Catarina

Gabriel Gobbi Betti es estudiante de Historia en la Universidad Federal de Santa Catarina (UFSC). Entre 2021 y 2023, fue becario del programa PIBIC/UFSC/CNPq en el proyecto Internet como campo de disputas por la igualdad de género, coordinado por su orientadora Cristina Scheibe Wolff.

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Publicado

2025-08-12

Número

Sección

Dossiê: Perspectivas críticas de gênero e decoloniais na internet. Organização: Drª Cristina Scheibe Wolff e Drª Elaine Schmitt