Máquinas de guerra: breve cartografia das artes das dissidências sexuais e de gênero brasileiras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-1384.2025.e109128%20

Palavras-chave:

arte, dissidências sexuais e de gênero, novos materialismos, cartografia, campo discursivo

Resumo

A partir do conceito de máquinas de guerra, que dá a ver os emaranhamentos entre subjetividades, semióticas e materialidades em devires de transgressão e produção de linhas de fuga; da compreensão do campo de forças nomeado com “arte ocidental” como da ordem de um poder disciplinar que anormaliza e invisibiliza determinadas estéticas – comunitárias, gênero dissidentes, racializadas –; e, finalmente, das viradas ontológicas colocados pelos feminismos neomaterialistas, o artigo, inscrito no vértice dos estudos do campo discursivo e dos estudos de gênero e sexualidade, cartografa as subjetivações, condutas e modos de fazer do que denomina artisticidades gênero-dissidentes, dando a ver, nessas estéticas das coisas e de si, um rizoma que inventa modos de ficar com o problema do humano, proposições éticas para as precariedades enfrentadas pelas dissidências de gênero e estratégias de resistência em prol de um bem viver.   

Biografia do Autor

Lino Gabriel Nascimento dos Santos, Instituto Federal de Santa Catarina ,Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina ,Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina

Lino Gabriel, Nascimento, dos Santos

Mestre

Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC)/Campus Jaraguá do Sul

nsantos.lg@gmail.com

  https://orcid.org/0000-0003-3786-2862

Nathalia Müller Camozzato, Instituto Federal de Santa Catarina ,Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina ,Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Linguística na Universidade Federal de Santa Catarina em Estudos do Campo Discursivo na área de Linguística Aplicada.

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30.12.2025

Edição

Seção

Dossiê: Vigiar e Punir: tecnologias do eu cinquenta anos depois. Organização: Dr. Atilio Butturi Junior