Escrita-corpo na carne política: movimentos fugitivos, ficção visionária e subjetivação
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-1384.2025.e109391Palavras-chave:
Subjetivação, Escrita de si , Estética de existência, Ficção visionáriaResumo
Este artigo mobiliza um diálogo entre a escrita fugitiva de politização da ferida e a imaginação de lugares outros para poéticas, corpos e existências dissidentes. Estamos interessados na investigação da potencialidade da experimentação da escrita enquanto técnica de si e modo de subjetivação que não esteja aliançada a um enquadramento violento branco cisheteronormativo. Para tal, fazemos uso do livro de Jota Mombaça, Não vão nos matar agora, publicado em 2021, que se entende como “um espaço de experimentação, fazendo da palavra e do corpo ferramentas de crítica, potência e combate”. Reunindo ensaios, poesias, cartas e contos de “ficção visionária”, o livro oferece aportes para pensar corpos dissidentes em um mundo que configura-se como trauma e negação de sua própria existência. O objetivo é entender de que maneira Mombaça procura mobilizar a escrita e suas relações com arte e performance para pensar um caráter pedagógico de si através de um trabalho ético frente à violência contra o corpo dissidente e de que maneira a sua especulação possibilita um processo de reconfiguração e disputa do domínio do possível.
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