Juventude, drogas e biopolítica
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-1384.2011v8n1p87Resumo
No presente artigo, trataremos o tema da juventude e das drogas como uma questão vinculada à biopolítica e ao biopoder, conceitos elaborados por Michael Foucault. A juventude e as drogas são tomadas e analisadas nas situações que envolvem a gestão da criminalidade A juventude, irreverente, corajosa, saudável, idealista, e que queria mudar o mundo para melhor, tal como foi retratada em outras épocas, hoje, está sendo fortemente associada à violência, perigos, riscos pessoais e sociais, à dependência de drogas, à criminalidade e a outras imagens negativas. Para lidar com esses jovens já não bastam à tolerância e os pequenos castigos de outrora. Os jovens emergem como um segmento da população objeto de ações e programas diversos. As drogas passam a ser vistas como questões de segurança e de saúde pública. Observa-se um deslocamento e reposicionamento no discurso acerca dos jovens - de menor, drogado e criminoso para infrator, usuário e dependente químico. A mudança é sutil, mas representa uma modulação nos dispositivos de controle social. Busca-se, além da anuência do jovem para que se livre das drogas, a criação de um amplo espaço de monitoramento de sua conduta, mediante a ativação de redes comunitárias de proteção. Concorre para o crescente controle dos jovens na atualidade a crença de que são mais influenciáveis e vulneráveis e que a ação na origem do problema ou a diminuição dos riscos é a forma mais eficiente de gestão, retirando a responsabilidade da esfera pessoal e familiar e transferindo-a para a esfera do Estado.
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