A psiquiatria e a medicalização dos anormais: o papel da noção de transtorno de personalidade antissocial

Autores

  • Myriam Raquel Mitjavila Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Florianópolis, SC
  • Priscilla Gomes Mathes Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Florianópolis, SC

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-1384.2012v9n2p84

Resumo

O artigo analisa a trajetória recente do conceito de transtorno de personalidade antissocial (TPA) no campo da psiquiatria enquanto categoria nosológica que revela algumas das principais tendências contemporâneas dos processos de medicalização da vida social. Examina-se, em particular, seu desenvolvimento como resultado do protagonismo que alcançou a noção de transtorno nos processos de expansão do campo de objetos da psiquiatria, e apresentam-se quatro hipóteses sobre o desenvolvimento do TPA como categoria diagnóstica, as quais se referem aos seguintes aspectos: transferência para o campo da medicina psiquiátrica de funções de controle social de certos comportamentos; perfil dos modelos etiológicos em torno da constituição da personalidade antissocial; definição da família, especialmente da família em contextos de pobreza urbana, como agente patogênico, e caráter moral dos critérios consagrados nos manuais e instrumentos utilizados para o diagnóstico de TPA.

Biografia do Autor

Myriam Raquel Mitjavila, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Florianópolis, SC

Graduação em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, graduação em Sociología del Desarrollo pelo Centro Latinoamericano de Economía Humana, doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado pela Universidade de São Paulo. Professor Associado I do Departamento de Serviço Social e integrante do corpo docente permanente do Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, Líder do NEPPI (Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Profissões e Instituições) e Editora-Chefe do periódico Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas (UFSC).

Priscilla Gomes Mathes, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Florianópolis, SC

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH/DICH/UFSC). Mestre em Serviço Social na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Publicado

12.12.2012

Edição

Seção

Dossiê: A biopolitica e a medicalização da vida. Orgs.: Profs. Drs. Sandra Caponi e Selvino Assmann