Caipiras e sertanejos: raça e nacionalidade em Euclides da Cunha e Monteiro Lobato

Autores

  • José Wellington Souza Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-1384.2019v16n2p57

Resumo

Pretendo analisar os usos de tipos humanos na formação de termos, como “raça nacional”, cristalizados em dois tipos literários presentes na literatura nacional, pensados como tipos humanos raciais muito caros ao imaginário do pensamento social. Para isso, tomo o Sertanejo de Euclides da Cunha e o Jeca Tatu de Monteiro Lobato. É notória a contribuição dos termos literários e biológicos elencados por Euclides, em Os Sertões, sobre a constituição da primeira fase da obra de Lobato, especialmente em Urupês e Cidades Mortas, na sua figura do caipira, ambos concorrentes a modelo de homem brasileiro.

Biografia do Autor

José Wellington Souza, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG

Doutor em Ciências Sociais pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil

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Publicado

06.06.2019

Edição

Seção

Artigos - Condição Humana e Saúde na Modernidade