Entre espécies e ciências: uma reflexão sobre a utilização de argumentos científicos para legitimação da causa animal
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-1384.2016v13n2p76Resumo
O conhecimento científico estabelece-se, ao longo da modernidade, como o único conhecimento verdadeiro e vários princípios fundamentam suas práticas, dentre os quais destacamos o objetivo de dominação da natureza, a certeza na supremacia da espécie humana diante das demais e a validade epistemológica do fato. Não obstante, as descobertas realizadas pela ciência possibilitaram o questionamento de alguns de seus próprios fundamentos, como a superioridade dos humanos, e, assim, engendraram o desenvolvimento de argumentos de defesa dos animais baseados também em fatos. Dentro desse contexto, o objetivo deste trabalho é refletir sobre como a construção de um conhecimento sobre animais e suas relações com humanos tem contribuído para transformações dos embasamentos éticos que subjazem às ações cotidianas. Através da análise do caso do cão Scooby, vemos que, apesar das transformações supracitadas, a vida humana tem o privilégio diante das vidas das demais espécies.
Referências
A história de Laika: progresso ou crueldade? Dog Dicas. São Paulo, 2013. Disponível em: www.dogdicas.com.br/1532/a-historia-de-laika-progresso-ou-crueldade. Acesso em:18 abr. 2013.
ALMEIDA, N. 2007. As três culturas na universidade nova. Ponto de Acesso, v. 1, n.1, p. 5 – 15.
Animais também têm consciência, dizem neurocientistas. São Paulo: Veja On-line. Disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/grupo-de-neurocientistas-admite-que-animais-nao-humanos-tambem-tem-consciencia. Acesso em 07 jul. 2012.
Após liminar, Ministério reforça veto ao tratamento de cães com leishmaniose. Campo Grande: Campo Grande News. Disponível em http://www.campograndenews.com.br/cidades/apos-liminar-ministerio-reforca-veto-ao-tratamento-de-caes-com-leishmaniose. Acesso em: 08 jul. 2013.
ARAÚJO, R; LIMA, R. 2002. Contribuições da etologia comparada para uma nova percepção da comunicação humana. Margem, n.15, p. 223-236.
BEKOFF, M. 2010. A vida emocional dos animais: alegria, tristeza e empatia nos animais: um estudo científico capaz de transformar a maneira como os vemos e tratamos. São Paulo: Cultrix.
DIETARY GUIDELINES ADVISORY COMMITTEE (Estados Unidos). Secretary Of Health And Human Services/secretary Of Agriculture. Scientific Report 2015. Washington Dc: Dhhs/usda, 2015. 571 p.
Edelman Trust Barometer. São Paulo: Edelman. Disponível em http://www.slideshare.net/fullscreen/EdelmanInsights/2015-edelman-trust-barometer-brazil/1. Acesso em: 15 fev.2015.
Cão diagnosticado com leishmaniose é devolvido a ONG em MS. Rio de Janeiro: Globo.com. Disponível em http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2013/01/cao-diagnosticado-com-leishmaniose-e-devolvido-ong-em-ms.html. Acesso em: 08 jul. 2013.
CARSON, R. 2013. Primavera silenciosa. São Paulo: Gaia.
CHUAHY, R. 2009. Manifesto pelos direitos dos animais. São Paulo: Record.
CHAUI, M. 2013. Filosofia moderna. Disponível em: http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/chaui.htm . Acesso em: 03 jul. 2013.
Decisão da Justiça Federal autoriza tratamento de cães com leishmaniose. Campo Grande: Campo Grande News. Disponível em http://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/decisao-da-justica-federal-autoriza-tratamento-de-caes-com-leishmaniose. Acesso em 08 jul. 2012.
DECLARAÇÃO DE Cambridge sobre a consciência em animais humanos e não-humanos. Documento disponível em <http://www.ihu.unisinos.br/noticias/511936-declaracao-de-cambridge-sobre-a-consciencia-em-animais-humanos-e-nao-humanos >. Acesso em: 20 out. 2012.
DESCOLA, Philippe. Estrutura ou sentimento: a relação com o animal na Amazônia. Mana 4(1), 23 -45, 1998.
DONINGER, W. 2002. Compaixão pelos animais e vegetarianismo. In: COETZEE, J. A vida dos animais. São Paulo: Companhia das Letras.
Dono amarra cão em moto e o arrasta por 4 km, diz delegada em MS. Rio de Janeiro: Globo.com. Disponível em http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2012/07/dono-amarra-cao-em-moto-e-o-arrasta-por-4-km-diz-delegada-em-ms.html. Acesso em: 07 jul. 2013.
Em tratamento contra leishmaniose, Scooby apresenta melhoras em MS. Rio de Janeiro: Globo.com. Disponível em http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2012/08/em-tratamento-contra-leishmaniose-scooby-apresenta-melhoras-em-ms.html. Acesso em: 07 jul. 2013.
Especialista diz que cachorro tratado não transmite a Leishmaniose. Cassilândia: Cassilândia Notícias. Disponível em http://www.cassilandianoticias.com.br/ultimas-noticias/especialista-diz-que-cachorro-tratado-nao-transmite-a-leishmaniose. Acesso em: 08 jul. 2013.
IANNI, O. A polêmica sobre ciências e humanidades. In SEMINÁRIOS UNICAMP: Diversidade na ciência, 2003, Campinas. Anais... Campinas: UNICAMP, 2003.
Justiça mantém decisão e deixa Scooby com ONG em Campo Grande. Dourados: Folha de Dourados. Disponível em http://www.folhadedourados.com.br/noticias/estado-regiao/justica-mantem-decisao-e-deixa-cao-scooby-com-ong. Acesso em: 08 jul. 2013.
GRAY, J. 2006. Cachorros de palha: reflexões sobre humanos e outros animais. Rio de Janeiro: Record.
COSTA, D. 2014. Leishmaniose tem tratamento, mas medicamento é proibido no Brasil. Belo Horizonte: Encontro BH. Disponível em: http://sites.uai.com.br/app/noticia/encontrobh/atualidades/2014/05/08/noticia_atualidades,148573/leishmaniose-tem-tratamento-mas-medicamento-e-proibido-no-brasil.shtml. Acesso em 16 fev. 2015.
LINS, C. 2012. Cinco décadas de consciência ecológica. Pesquisa Fapesp, n.202, p. 84 – 85.
MARICONDA, P. 2006. O controle da natureza e as origens da dicotomia entre fato e valor. Scientiae Studia, v. 4, n. 3, p. 453-72.
O caminho da cura. Minas Gerais: Boletim UFMG. Disponível em https://www.ufmg.br/boletim/bol1773/6.shtml. Acesso em 17 fev. 2015.
O mercado de 14 Bilhões de Reais. Negócios Pet. São Paulo, 2013. Disponível em http://www.rnpet.com.br/materias-mercado-de-14-bilhoes.php. Acesso em: 25 jul. 2013.
‘Não fizemos por maldade’, diz suspeito de arrastar vira-lata em MS. Rio de Janeiro: Globo.com. Disponível em http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2012/07/nao-fizemos-por-maldade-diz-suspeito-de-arrastar-vira-lata-em-ms.html. Acesso em 07 jul. 2013.
"Não é mais possível dizer que não sabíamos", diz Philip Low. São Paulo: Veja On-line. Disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/nao-e-mais-possivel-dizer-que-nao-sabiamos-diz-philip-low. Acesso em 20 jul. 2012.
Passagem só de ida para Laika. São Paulo: Scientific American. Disponível em http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/passagem_so_de_ida_para_laika.html. Acesso em 10 jul. 2013.
Prefeitura em MS autoriza que Scooby faça tratamento contra leishmaniose. Rio de Janeiro: Globo.com. Disponível em http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2012/07/prefeitura-em-ms-autoriza-que-scooby-faca-tratamento-contra-leishmaniose.html. Acesso em 07 jul. 2013.
ROTHMAN, J. 2012. Rachel Carson’s natural histories. New York: The New Yorker. Disponível em http://www.newyorker.com/online/blogs/books/2012/09/rachel-carsons-natural-histories.html. Acesso em: 15 maio 2013.
SINGER, P. 2010. Libertação animal. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes.
THOMAS, K. O homem e o mundo natural: mudanças de atitude em relação às plantas e aos animais (1500 – 1800). São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
VIANA, M. 2007. Divagação científica vs. divulgação científica. São Paulo: Observatório da Imprensa, Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/divagacao_cientifica_vs_divulgacao_cientifica. Acesso em: 20 abr. 2012.
VOLTAIRE, F. Dicionário Filosófico. [e-book] Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2253. Acesso em: 10 jul. 2012.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores e autoras mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após a sua publicação (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).