Dos agenciamentos do desejo à criação de modos de vida queer contra os fascismos cotidianos
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-1384.2021.e73631Resumo
O presente trabalho parte de cruzamentos de teorias filosóficas que instauram um processo de desterritorialização em torno da noção da representação e da repressão do desejo para pensá-lo enquanto produção de subjetividades, como um processo contínuo de fluxos e acoplamentos que permitem aos indivíduos operar e produzir novos modos de vida a partir de uma ética do próprio desejo. O processo de subjetivação acontece, assim, através dos fluxos, do movimento, do corte cultural que desmistifica a relação interdependente e coerente entre ser humano e natureza; sexo e gênero; gênero e sexualidade para reclamar um modo de ser pautado pelo próprio desejo que se torna um devir-máquina, devir-produtivo, processo infinito de constituição e engrenagem de todas as peças dessa maquinaria desejante. A criação de modos de vida queer parece ser, assim, uma possibilidade de enfrentamento aos fascismos cotidianos apresentando-nos novas possibilidades de vida que encontram brechas e fissuras para jogar com a realidade.
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