Fazendo ruir o dispositivo da Maternidade e (re)inventando maternagens possíveis: Narrativas infames e potentes!
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-1384.2021.e76033Resumo
Como efeito de reflexões inspiradas pelo processo de pesquisa de mestrado e doutorado das autoras, parimos este artigo. Nele, problematizamos o dispositivo da maternidade com seus efeitos sobre nossos corpos e subjetividades. Perseguimos trilhas e tensionamentos daqueles que extrapolam a condição mulher e as lógicas binárias e identitárias. Num exercício crítico do pensamento, buscamos fazer ruir o dispositivo da maternidade, compreendendo as dimensões históricas da maternidade hegemônica, sua relação com a expansão do capitalismo e com os discursos de verdade legitimados pelas ciências. Mas, principalmente, pelas narrativas de vidas, práticas e táticas de corpos que, ainda que atravessados pelo dispositivo da maternidade, cotidianamente criam desvios, engendram outras múltiplas possibilidades de ser e existir. O campo, como dimensão de análises, se faz acontecer permeado por memórias, encontros, e fragmentos de narrativas distribuídos nos meios de comunicação. A aposta política deste artigo se faz acontecer, à medida que compreende que o dispositivo da maternidade atinge a todes nós, ainda que não nos encontremos no exercício de cuidar e maternar outro corpo.
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