Autorrastreamento e plataformização: significados atribuídos por acadêmicos de Educação Física
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8042.2025.e108440Palavras-chave:
Monitoramento, Strava, Plataformas digitais, Cultura digital, Educação físicaResumo
Este artigo problematiza o autorrastreamento digital de exercícios físicos (ADEF) em plataformas, explorando os significados atribuídos a ele por acadêmicos de Educação Física em formação inicial (AEFFI). Participaram um professor e 26 AEFFI, que utilizaram o aplicativo Strava em uma sequência didática. Os dados, produzidos via questionários on-line, foram analisados no ATLAS.ti a partir da Abordagem Indutiva Geral, resultando em três categorias: “prática de autorrastreamento”, “formação” e “atuação” profissionais. Os significados identificados associaram o ADEF a monitoramento corporal, motivação, autogerenciamento da saúde, desconforto emocional, performance, exclusão digital, privacidade, objeto de conhecimento, incorporação pedagógica, pesquisa, avaliação adaptativa, supervisão remota, (bio)repositório, recurso de trabalho, tema para aulas e dependência digital. Conclui-se que a integração do ADEF à Educação Física demanda abordagem crítica para não naturalizar desafios da plataformização, como dataficação e modulação comportamental. É essencial aprofundar estudos nessa área para evitar vieses e alinhar a formação às práticas digitais de forma consciente.
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