Um monumento ao sertão? Expectativas diversas em torno da construção do açude Cedro, em Quixadá-CE (1884-1906)

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DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-9222.2020.e75108

Resumo

Este artigo tem por objetivo entender o processo de construção do açude Cedro, entre 1884 e 1906, e as expectativas em torno dessa construção. Em 1884 aportou na província do Ceará a Comissão de Açudes e sua comitiva de engenheiros, com o propósito de construir
um “grande açude” que resolvesse definitivamente o problema da seca, desenvolvesse as práticas agrícolas e melhorasse a vida da população. O sertão de Quixadá foi escolhido para abrigar esse grande monumento hidráulico. Pessoas com experiências diferentes, de várias partes do país e do exterior, foram para lá; no entanto, no decorrer da construção, houve inúmeras críticas e dificuldades para concluir essa obra pública: transporte deficiente, falta de mão de obra, entre outras. Além disso, o anseio do governo de obter rentabilidade com as águas do açude Cedro não se concretizou imediatamente. Dessa forma, com o passar do tempo arrefeceram-se as expectativas das autoridades governamentais e dos engenheiros de concretizarem as propostas iniciais do projeto de açudagem.

Biografia do Autor

Renata Felipe Monteiro, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Doutoranda em História Social na Universidade Federal do Ceará (UFC). Professora de História na Prefeitura Municipal de Fortaleza e do curso de licenciatura em História, modalidade Ensino a distância, da Universidade Estadual do Ceará (UECE).

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Publicado

2020-12-14

Como Citar

MONTEIRO, Renata Felipe. Um monumento ao sertão? Expectativas diversas em torno da construção do açude Cedro, em Quixadá-CE (1884-1906). Revista Mundos do Trabalho, Florianópolis, v. 12, p. 1–15, 2020. DOI: 10.5007/1984-9222.2020.e75108. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/75108. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

D2 "Trabalhadores de construção: por estradas, ferrovias, açudes e outras obras"