Por que não posso “querer fixar o sol e observar a lua”?: “Desviantes” do trabalho e seu adoecimento na Colônia Juliano Moreira-RJ (1930-1945)
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2020.e75289Resumo
Neste artigo, analisamos a história de homens internados na Colônia Juliano Moreira (CJM) que apresentaram indícios em suas documentações de internações de doenças mentais relacionadas com o trabalho. A metodologia de trabalho foi o levantamento e seleção do grupo
de internos, analisando as principais fontes documentais: os prontuários dos internos. No Brasil, foi durante o governo Vargas que o trabalho e o trabalhador foram sendo alvos de políticas públicas mais intensas na busca da construção da “nação”. Do indivíduo homem, provedor da família e cidadão trabalhador produtivo se esperava que fosse um "respeitável" chefe de família, gozando de boa saúde e muito disciplinado, a base da construção nacional. Assim, qualquer desvio nesse modelo – fosse por indisciplina ou esgotamento físico e mental decorrente das atividades e das condições de trabalho – tornava esses homens “desviantes” do projeto de nação e sociedade que se defendia naquele momento e, portanto, passíveis de serem considerados “loucos” e internados em instituições psiquiátricas para tratamento e
recuperação.
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