A juvenilização na educação de jovens e adultos: o perfil dos alunos e das alunas jovens da Região dos Inconfidentes-MG
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2022.e68231Resumo
O artigo aborda os resultados parciais da pesquisa intitulada A juvenilização da Educação de Jovens e Adultos: compreendendo o fenômeno e buscando alternativas para a educação nesta modalidade de ensino. Os jovens alunos e alunas da EJA são sujeitos com trajetórias escolares distintas daqueles que cursam o que identificamos como “ensino regular” pois, em muitos casos, possuem histórias de vida marcadas por rupturas, reprovações, discriminação, indisciplina e evasão da sala de aula. Com esta pesquisa empírica, nos propusemos responder à seguinte questão: quem é o jovem com menos de 18 anos que frequenta os cursos de EJA na Região dos Inconfidentes, em Minas Gerais? Para responder a pergunta, traçamos, como principal objetivo, conhecer qual o perfil do estudante jovem da EJA nas escolas públicas dos municípios da Região dos Inconfidentes. Os dados revelam jovens e adultos que buscam a EJA independentemente do gênero, pois, dos 1.106 questionários aplicados, 588 são mulheres e 518 são homens. Destes, 592 possuem menos de 25 anos. Dos jovens com menos de 18 anos, 82,3% moram com os pais e apenas 27,1% não trabalham. Trata-se de um perfil de estudante muito diferente do adulto trabalhador que frequentada as salas de aula da EJA e que necessita de políticas públicas específicas para atender às suas demandas.
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