Eu pensava que escola não seria para mim: encontros que entrelaçam as trajetórias de vida e de escolarização dos sujeitos e o acesso ao Ensino Superior
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2024.e93317Palavras-chave:
Egressos da EJA, Trajetórias, Ensino Superior, Suportes, Políticas públicasResumo
Este artigo objetiva compreender os entrelaçamentos das trajetórias de vida e de escolarização dos sujeitos egressos na EJA e de seu acesso ao Ensino Superior em cursos de graduação da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Perante realização de pesquisa de abordagem qualitativa, a qual se desenvolveu a partir das trajetórias de egressos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na transição para a universidade, de modo a evidenciar os elementos constitutivos que atuaram em torno do seu ingresso no Ensino Superior e, sobretudo, da sua permanência. Como contribuições teóricas, foram fundamentais os estudos de Martucelli (2007 e 2012), Charlot (1996, 2000, 2003 e 2005), Arroyo (2005) e Laffin (2013 e 2015). A empiria foi construída a partir das narrativas dos egressos da EJA, no Campus VI da UNEB, em Caetité, por meio da análise documental e de entrevistas semiestruturadas, realizadas com seis participantes. As narrativas expressam a mobilização e os suportes como principais elementos para esse ingresso em cursos superiores e, ainda, destacar que, para concluir os estudos na Educação Básica e chegarem à universidade, os egressos contaram com suportes materiais (trabalho, institucionais/bolsas) e simbólicos (familiares, amizades, círculos de socialização). A pesquisa evidencia a necessidade de gerir políticas públicas para a permanência dos estudantes trabalhadores da EJA nas instituições escolares.
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