O corpo nas práticas sociais de cuidados entre crianças e suas implicações no cotidiano educativo: brincar de cuidar do outro e de ser cuidado pelo outro
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2024.e93897Palavras-chave:
Corpo, Cuidado, Educação InfantilResumo
As práticas sociais de cuidado têm-se constituído em um dos aspectos explorados pelas crianças em suas brincadeiras, de acordo com o que se observou ao longo das nossas trajetórias como pesquisadoras comprometidas com os novos Estudos da Infância. Via Etnografia, por meio de uma abordagem interpretativa e da compreensão desta como uma metodologia que enuncia um caminho possível para concretização de uma “experiência de proximidade” (Geertz, 1989) às crianças pequenas, deparamo-nos com a recorrência de situações em que o corpo ganha centralidade nessas brincadeiras e que nos mobilizam à análise dos modos como as crianças experienciam rotinas de cuidar do(s) outro(s) e de ser cuidado pelo(s) outro(s). Neste sentido, propõe-se com este artigo colocar em destaque as rotinas inerentes às brincadeiras das crianças, em suas repetidas, mas sempre renovadas interações, apropriações e transformações propostas e experienciadas coletiva e singularmente, com vistas a refletir suas implicações para as práticas educativas em cotidianos institucionais, tendo em conta que o corpo, nas relações de cuidado em instituições educativas (seja de Educação Infantil, seja de Acolhimento Institucional), tradicionalmente, é considerado a partir das perspectivas e ações dos adultos/profissionais. Assim, propõe-se a construção de “outras pedagogias dos corpos”, as quais reconheçam a totalidade humana corpórea desde a educação dos bebês, negando todo e qualquer processo de descorporalização que ainda marca os currículos centrados em uma pedagogia conteudista, cognitivista, promotora de concepções pedagógicas que concebem as crianças como mentes incorpóreas.
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