O corpo nas práticas sociais de cuidados entre crianças e suas implicações no cotidiano educativo: brincar de cuidar do outro e de ser cuidado pelo outro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-795X.2024.e93897

Palavras-chave:

Corpo, Cuidado, Educação Infantil

Resumo

As práticas sociais de cuidado têm-se constituído em um dos aspectos explorados pelas crianças em suas brincadeiras, de acordo com o que se observou ao longo das nossas trajetórias como pesquisadoras comprometidas com os novos Estudos da Infância. Via Etnografia, por meio de uma abordagem interpretativa e da compreensão desta como uma metodologia que enuncia um caminho possível para concretização de uma “experiência de proximidade” (Geertz, 1989) às crianças pequenas, deparamo-nos com a recorrência de situações em que o corpo ganha centralidade nessas brincadeiras e que nos mobilizam à análise dos modos como as crianças experienciam rotinas de cuidar do(s) outro(s) e de ser cuidado pelo(s) outro(s). Neste sentido, propõe-se com este artigo colocar em destaque as rotinas inerentes às brincadeiras das crianças, em suas repetidas, mas sempre renovadas interações, apropriações e transformações propostas e experienciadas coletiva e singularmente, com vistas a refletir suas implicações para as práticas educativas em cotidianos institucionais, tendo em conta que o corpo, nas relações de cuidado em instituições educativas (seja de Educação Infantil, seja de Acolhimento Institucional), tradicionalmente, é considerado a partir das perspectivas e ações dos adultos/profissionais. Assim, propõe-se a construção de “outras pedagogias dos corpos”, as quais reconheçam a totalidade humana corpórea desde a educação dos bebês, negando todo e qualquer processo de descorporalização que ainda marca os currículos centrados em uma pedagogia conteudista, cognitivista, promotora de concepções pedagógicas que concebem as crianças como mentes incorpóreas.

 

 

Biografia do Autor

Roseli Nazário, Instituto Federal Catarinense

Mestrado e doutorado em Educação pela Universidade Federal de Santa Cataria, UFSC, Brasil (PPGE/UFSC, 2002; 2014). Pós-doutora em Ciências da Educação (Universidade do Porto, 2022). Professora titular do Curso de Pedagogia e do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto Federal Catarinense, IFC, Camboriú, SC, Brasil (IFC campus Camboriú). Integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Educação na Primeira Infância (NUPEIN-UFSC), do Grupo de Estudos e Pesquisas Etnografia e Infância (GEPEI-UFSC) e do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação, Formação de Professores e Processos Educativos (GEPEFOPPE-IFC). Compõe o grupo gestor do Fórum Catarinense de Educação Infantil (FCEI) e do Fórum Regional de Educação Infantil da Foz do Rio Itajaí (FREIFOZ).

Andréa Simões Rivero, Universidade Federal da Fronteira Sul

Doutora em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil  (2015) com Pós-Doutoramento em Ciências da Educação na Universidade do Porto - Portugal (2019). Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil  (2001), Professora Associada do Curso de Pedagogia na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Infantil, Infância e Crianças (GRUPEI/UFFS) e integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Educação da Pequena Infância (NUPEIN/UFSC), do Grupo de Estudos e Pesquisas Etnografia e Infância (GEPEI/UFSC) e do Grupo de Pesquisa em Educação, Violência e Democracia (GRUPEVD/UFFS). Atua na área de Educação, com ênfase em Educação Infantil, principalmente nos seguintes temas: educação em contextos de educação infantil, infância e direitos das crianças, o brincar em uma perspectiva sociocultural, formação de professores. Compõe o Grupo Gestor do Fórum Catarinense de Educação Infantil (FCEI) e do Fórum Regional do Oeste de Santa Catarina.

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Publicado

2024-11-01

Como Citar

Nazário, R., & Simões Rivero, A. (2024). O corpo nas práticas sociais de cuidados entre crianças e suas implicações no cotidiano educativo: brincar de cuidar do outro e de ser cuidado pelo outro. Perspectiva, 42(4), 1–22. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2024.e93897

Edição

Seção

Dossiê Corporeidades, Infâncias e Educação