Práticas pedagógicas e condições estruturais da educação infantil em assentamentos rurais
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2019.e55375Abstract
A educação das crianças do campo constitui-se, na atualidade, um dos principais desafios na construção da Educação Infantil democrática no país. A partir da premissa de que há uma inter-relação entre as condições estruturais de funcionamento da Educação Infantil e as práticas pedagógicas efetivadas no cotidiano das turmas, o objetivo deste artigo é discutir como esses dois aspectos evidenciam-se e se codeterminam no dia a dia de duas instituições de Educação Infantil de assentamentos rurais da reforma agrária. Foi analisado o atendimento em duas pré-escolas de assentamentos rurais do Nordeste paulista, por meio de observação participante e de entrevistas com professoras, famílias e crianças. Percebeu-se que o atendimento à população assentada é permeado por condições e contradições da organização, do tratamento dado pela gestão pública a cada realidade e das características peculiares que as configuram. Concluiu-se que os princípios pedagógicos dependem de uma estrutura de trabalho, que envolve organização do tempo, existência de espaços adequados, equipe suficiente, preparada e valorizada, para se concretizarem e nortearem práticas condizentes com as especificidades da faixa etária e do contexto de vida das crianças de assentamento rural.
Literaturhinweise
ALMEIDA, N. A. A.; FRANCO, E. S. A. C. Entre o tornar-se e o reconstruir-se: pensando a (re) construção da prática pedagógica para a educação infantil de uma escola do campo em São Pedro da Aldeia/RJ. Revista CIPPUS – UNILASALLE, v. 7, n, 1, ago 2017. Disponível em: https://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/Cippus/article/view/3416/1949. Acesso em: 28 jan. 2018.
AMARAL, M. C. Sobre a continuidade de ações político-educacionais: o caso da escola do campo de Araraquara. 2010. 131p. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010.
ANTUNES-ROCHA, M. I. Prefácio. In: SILVA, I. O.; SILVA, A. P. S.; MARTINS, A. A. (orgs.), Infâncias do campo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013. p. 09-11.
BARBOSA, M. C. S.; GEHLEN, I.; FERNANDES, S. B. A oferta e a demanda de Educação Infantil no campo: um estudo a partir de dados primários. In: BARBOSA M. C. S. et al. (orgs.), Oferta e demanda de educação infantil no campo. Porto Alegre: Evangraf, 2012. p. 73-105.
BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 5, de 17 de dezembro de 2009, D.O.U. de 18/12/2009, Seção 1, Pág. 18. 2009. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. 2009.
CAMPOS, M. M. Entre as políticas de qualidade e a qualidade das práticas. Cadernos de Pesquisa, v. 43, n 148, jan./abr. 2013.
CAMPOS, M. M.; FULLGRAF, J.; WIGGERS, V. Qualidade na educação infantil: alguns resultados de pesquisas. In: BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Política de educação infantil no Brasil: relatório de avaliação. Brasília: MEC, SEB; Unesco, 2009. p. 169-209.
CASSIMIRO, M. A. A. Os espaços de educação infantil no campo da lente das crianças. Dissertação (Mestrado) – Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2012.
CUNHA, C.; SOUSA, J. V.; SILVA, M. A. (Orgs.). O método dialético na pesquisa em educação. Campinas: Autores Associados, 2014.
GONÇALVES, R. D. F. S. O estado da arte da infância e da educação infantil do campo: debates históricos, construções atuais. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, Brasil, 2013.
LEGGETT, N. Early childhood creativity: challenging educators in their role to intentionally develop creative thinking in children. Early Childhood Education Journal, v. 45, n. 6, p. 845–853, nov. 2017.
LIMA, L. P. A educação infantil diante da violência doméstica contra a criança: compreendendo sentidos e práticas. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2008.
LIMA, L. P. A relação entre a educação infantil e as famílias do campo. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 2012.
MONÇÃO, M. A. G. Cenas do cotidiano na educação infantil: desafios da integração entre cuidado e educação. Educação e Pesquisa [online], v. 43, n. 1, p. 162-176, 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s1517-9702201608147080.
MOREIRA, A. R. P.; SOUZA, T. N. Ambiente pedagógico na educação infantil e a contribuição da psicologia. Psicol. Esc. Educ., Maringá, v. 20, n. 2, p. 229-237, Aug. 2016. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572016000200229&lng=en&nrm=iso. Access on: 29 Jan. 2018.
PELOSO, F. C. Infâncias do e no campo: um retrato dos estudos pedagógicos nacionais. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil, 2015.
ROCKWELL, E. La experiencia etnográfica: historia e cultura en los procesos educativos. Buenos Aires: Paidós, 2009.
ROSEMBERG, F.; ARTES, A. O rural e o urbano na oferta de educação para crianças de até seis anos. In: BARBOSA, M. C. S. et al (orgs.). Oferta e demanda de educação infantil no campo. Porto Alegre: Evangraf, 2012. p. 15-69.
ROSEMBERG, F. Narrativas adultas sobre lugares de vida de crianças brasileiras: infâncias do campo. In: SILVA, I. O.; SILVA, A. P. S.; MARTINS, A. A. (orgs.). Infâncias do campo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013. p. 249-278.
ROSSETTI-FERREIRA, M. C.; AMORIM, K. S.; SILVA, A. P. S.; CARVALHO, A. M. A. (Orgs.). Rede de significações e o estudo do desenvolvimento humano. Porto Alegre, RS: Artmed, 2004.
ROSSETTI-FERREIRA, M. C.; AMORIM, K. S.; SOARES-SILVA, A. P.; OLIVEIRA, Z. M. R. Desafios metodológicos na perspectiva da rede de significações. Cadernos de Pesquisa, v. 38, n 133, São Paulo, jan./abr. 2008.
SANTOS, E. R.; UZÊDA, L. C. O. Práticas pedagógicas e educação infantil do campo: desafios, limites e possibilidades. XXI Seminário de Iniciação Científica da Universidade Estadual de Feira de Santana, n. 21, 2017. Disponível em: http://periodicos.uefs.br/index.php/semic/article/view/2424/1674. Acesso em: 29 jan. 2018.
SARMENTO, M. Construir a educação infantil na complexidade do real. Revista Pátio, sem data. Disponível em: http://www.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/7222/construir-a-educacao-infantil-na-complexidade-do-real.aspx. Acesso em: 12 ago. 2015.
SILVA, A. P. S. (Des)continuidades no envolvimento com o crime: construção de identidade narrativa de ex-infratores. São Paulo: IBCCRIM, 2003.
SILVA, A. P. S. Para romper a invisibilidade da educação infantil em territórios rurais: uma homenagem à Fúlvia Rosemberg. Caderno CEDES, v. 37, n. 103, p. 295-300, Campinas set/dez 2017.
SILVA, A. P. S.; PASUCH, J.; SILVA, J. B. Educação Infantil do campo. São Paulo: Cortez, 2012.
SILVA, I. O.; LUZ, I. R. Espaços, ambientes e contextos: reflexões sobre a Educação Infantil para crianças de 0 a 6 anos residentes em área rural em dois municípios da região sudeste do Brasil. In: BARBOSA M. C. S. et al (orgs.). Oferta e demanda de educação infantil no campo. Porto Alegre: Evangraf, 2012. p. 183-217.
SILVA, J. B. Crianças assentadas e educação infantil no/do campo: contextos e significações. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2012.
SODRÉ, L. G. P. Crianças de um acampamento do MST: propostas para um projeto de educação infantil. Estudos de Psicologia (Natal), Natal, v. 10, n. 2, p. 181-189, 2005.
SOUZA JÚNIOR, I. C. Educação infantil do e no campo: reflexões sobre práticas pedagógicas. Monografia de conclusão de curso – Universidade Estadual da Paraíba, Itabaiana, PB, Brasil, 2014.
VIGOTSKY, L. S. O significado histórico da crise na Psicologia. In: VIGOTSKY, L. S. Teoria e método em Psicologia. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
Downloads
Veröffentlicht
Zitationsvorschlag
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Esta revista proporciona acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento. Tal acesso está associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o Open Journal Sistem (OJS) assim como outros software de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.
A Perspectiva permite que os autores retenham os direitos autorais sem restrições bem como os direitos de publicação. Caso o texto venha a ser publicado posteriormente em outro veículo, solicita-se aos autores informar que o mesmo foi originalmente publicado como artigo na revista Perspectiva, bem como citar as referências bibliográficas completas dessa publicação.