Os “corpos dóceis” e as instituições socioeducativas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-795X.2020.e65470

Resumo

Este texto aborda algumas das questões inquietantes acerca dos processos disciplinares nas instituições socioeducativas de internação de jovens em privação de liberdade. Para seu desenvolvimento utilizamos a perspectiva foucaultiana, a fim de problematizar alguns elementos constituintes da educação voltada aos jovens privados de liberdade. As reflexões feitas são induzidas a partir da ideia de corpos dóceis proposta por Michel Foucault. O tensionamento entre as normas oficiais e sua execução em ambientes de privação de liberdade de menores parece deixar, ainda, muito a desejar. Para pensar a educação, neste contexto, é preciso repensar as políticas públicas que regulamentam este sistema educacional, pois muitas vezes se tornam invisíveis perante a sociedade. É necessário, ainda, levar em conta a singularidade de todos os atores que estão inseridos neste cenário. Ainda que se trate de um campo de pesquisa recente, há muitos questionamentos não equacionados pelas diversas esferas, principalmente no que se refere à educação dos jovens em privação de liberdade.

Biografia do Autor

Marcilei da Silva Bender, Universidade Comunitária da Região de Chapecó, Unochapecó

Mestranda no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado em Educação) da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó).

Ireno Antônio Berticelli, Universidade Comunitária da Região de Chapecó, Unochapecó

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é docente no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado em Educação) da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó).

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Publicado

2020-12-31

Como Citar

Bender, M. da S., & Berticelli, I. A. (2020). Os “corpos dóceis” e as instituições socioeducativas. Perspectiva, 38(3), 1–13. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2020.e65470