Espaços e experiências formativas de professores indígenas no ensino superior e a questão linguística
DOI :
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2023.e92633Mots-clés :
Licenciatura intercultural indígena, Multilinguismo, Guarani, Kaingang, Xokleng-Laklãnõ, UFSCRésumé
Neste artigo propomos analisar o percurso formativo de professores indígenas na Universidade Federal de Santa Catarina, com enfoque na relação desses professores com três línguas indígenas – Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng – no contexto do curso de Licenciatura Intercultural Indígena. Nossa análise considera dois contextos tomados como espaços e experiências formativas: i) o papel das línguas indígenas no concurso vestibular para o Curso Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica: Guarani, Kaingang e Xokleng-Laklãnõ (Vestibular LII-UFSC 2022); ii) o lugar das línguas indígenas no percurso formativo dos professores indígenas, com enfoque na análise do currículo do curso, dos trabalhos de conclusão de curso (TCCs - turma 2016). Para tanto, o texto inicialmente apresenta um panorama da formação superior indígena em Licenciaturas Interculturais Indígenas, com enfoque nas resoluções e legislações que abordam a importância e o papel das línguas maternas nesse processo, atentando para a experiência da Universidade Federal de Santa Catarina; na sequência, abordamos os conceitos de multilinguismo e educação bi/multilíngue, analisando o papel dessa experiência linguística nos processos formativos, com enfoque em três elementos: formação solidária e cooperativa, agentividade distribuída e inteligibilidade em contextos multilíngues; por fim, refletimos sobre o papel das línguas línguas no currículo do curso, nos TCCs e nas experiências educacionais dos egressos da LII-UFSC. Os resultados revelam que os espaços formativos envolvendo professores/as indígenas e ensino de línguas indígenas deve ser visto a partir de um olhar processual, intercultural e alinhado com as experiências indígenas não escolares de aprendizagem e ensino de línguas.
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