Femicídio e Feminicídio: discutindo e ampliando os conceitos
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2022v30n383829Palavras-chave:
violência de gênero, violência doméstica, violência contra a mulher, violência por parceiro íntimo, femicídio, feminicídioResumo
Neste artigo, são desenvolvidos os aspectos mais relevantes sobre o crime de femicídio/feminicídio. O objetivo é proporcionar às/aos leitoras/es uma visão ampliada sobre o fenômeno da violência letal contra as mulheres que tem sua origem nas estruturas desiguais de poder e causam, como consequência máxima, a morte. No texto, são exploradas as principais classificações propostas para delimitar e entender os feminicídios, tanto nas formas individuais quanto coletivas. É dada ênfase especial à violência contra a mulher no crime de feminicídio íntimo. Por último, são descritas outras formas de feminicídio, ampliando a compreensão dessa categoria.
Downloads
Referências
AFGHANISTAN INDEPENDENT HUMAN RIGHTS COMMISSION (AIHRC). “National Inquiry report on Factors and causes of Rape and Honor Killing in Afghanistan. Afghanistan Independent Human Rights Commission, Kabul, Afghanistan”. Refworld, 2015. Disponível em https://www.refworld.org/docid/5a1fe8144.html. Acesso em 19/09/2020.
BREWER, Devon; DUDEK, Jonathan; POTTERAT, John; MUTH, Stephen et al. “Extent, Trends, and
Perpetrators of Prostitution-Related Homicide in the United States”. Journal of Forensic Sciences, Seattle, v. 51, n. 5, p. 1101-1108, ago. 2006.
CAMPBELL, Jacquelyn; RUNYAN, Carol. “Femicide: Guest Editors’ Introduction”. Homicide Studies, Baltimore, v. 2, n. 4, p. 347-352, nov. 1998.
CAMPBELL, Jacquelyn; GLASS, Nancy; SHARPS, Phyllis; LAUGHON, Kathryn et al. “Intimate partner homicide: Review and implications of research and policy”. Trauma, Violence, & Abuse, Baltimore, v. 8, n. 3, p. 246-69, jul. 2007.
CAMPBELL, Jacquelyn; WEBSTER, Daniel; KOZIOL-MCLAIN, Jane; BLOCK, Carolyn et al. “Risk Factors for Femicide in Abusive Relationships: Results from a Multisite Case Control Study”. American Journal of Public Health, Baltimore, v. 93, n. 7, p. 1089-1097, jul. 2003.
CARCEDO, Ana. “No olvidamos ni aceptamos: femicidio en Centroamérica, 2000-2006”.
Asociación Centro Feminista de Información y Acción (CEFEMINA) [online], 2010. Disponível
em https://derechosdelamujer.org/documentos/no-olvidamos-ni-aceptamos-femicidio-encentroamerica-2000-2006/. ISBN: 978-9968-851-27-5. Acesso em 16/06/2020.
CERQUEIRA, Daniel; BUENO, Samira; DE LIMA, Renato; NEME, Cristina et al. “Atlas da Violência 2019”. IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Brasília, 2019. Disponível em https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&id=34784&Itemid=432. ISBN 978-85-67450-14-8. Acesso em 16/06/2020.
CERQUEIRA, Daniel; BUENO, Samira; ALVES, Paloma; DE LIMA, Renato et al. “Atlas da Violência 2020”. IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Brasília, 2020. Disponível em https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=36488&Itemid=432. DOI: 10.38116.riatlasdaviolencia2020. Acesso em 06/02/2021.
CHINKIN, Christine; REES, Madeleine. “‘I lost my dignity’: sexual and gender-based violence in
the Syrian Arab Republic”. A commentary on the conference room paper of the Independent
International Commission of Inquiry on the Syrian Arab Republic, 2018. Disponível em https://
reliefweb.int/report/syrian-arab-republic/i-lost-my-dignity-sexual-and-gender-based-violencesyrian-arab-republic. Acesso em 19/09/2020.
ELLSBERG, Mary; PEÑA, Rodolfo; HERRERA, Andrés; LILJESTRANDD, Jerker; WINKVISTA, Anna. “Candies in hell: women’s experiences of violence in Nicaragua”. Social Science & Medicine, v. 51, n. 11, p. 1595-1610, 2000.
GRZYB, Magdalena; NAUDI, Marceline; MARCUELLO-SERVÓS, Chaime. “Femicide definitions”.
In: WEIL, Shalva; CORRADI, Consuelo; NAUDI, Marceline (Eds.). Femicide across Europe: Theory, research and prevention Policy Press. Reino Unido: Policy Press. 2018. p. 17-32.
INSTITUTO PATRÍCIA GALVÃO. “Dossiê Feminicídio. O que é Feminicídio?”. Instituto Patrícia Galvão, 2020. Disponível em https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/feminicidio/. Acesso em 05/09/2020.
IRANZO, Juan. “Reflections on femicide and violence against women”. Working paper on femicide (não publicado). GESES. Universidad de Zaragoza, 2015.
KRUG, Etienne; DAHLBERG, Linda; MERCY, James; ZWI, Anthony; LOZANO, Rafael. “World report on violence and health”. World Health Organization. Geneva, 2002. Disponível em https://www.who.int/violence_injury_prevention/violence/world_report/chapters/en/. Acesso em 21/09/2020.
LAGARDE, Marcela. “Del femicidio al feminicidio”. Desde el Jardín de Freud, n. 6, p. 216-225,
Disponível em https://revistas.unal.edu.co/index.php/jardin/article/view/8343. Acesso em 13/02/2021.
LAGARDE, Marcela. “Antropología, feminismo y política: Violencia feminicida y derechos humanos de las mujeres”. In: BULLEN, Margaret; DÍEZ, Carmen (Coords.). Retos Teóricos y nuevas prácticas. España: ANKULEGI Antropologia Elkartea, 2008. p. 209-239.
LAURENT, Claire; PLATZER, Michael; IDOMIR, Maria. “Femicide: A global issue that demands action”. Academic Council on the United Nations System (ACUNS). Vienna, 2014. Disponível em https://www.femicideincanada.ca/sites/default/files/2017-12/ACUNS%20%282014%29%20FEMICIDE%2C%20GLOBAL%20ISSUE%20THAT%20DEMANDS%20ACTION_VOLUME%202.pdf. Acesso em 18/09/2020.
LUCENA, Kerle; DEININGER, Layza; COELHO, Hemílio; MONTEIRO, Alisson et al. “Analysis of the cycle of domestic violence against women”. J. Hum. Growth Dev., São Paulo, v. 26, n. 2, p. 139-146, 2016.
MANJOO, Rashilda. “Report of the Special Rapporteur on violence against women, its causes
and consequences”. A/HRC/17/26/Add.2 United Nations, 2012. Disponível em https://digitallibrary.un.org/record/700122?ln=es#record-files-collapse-header. Acesso em 18/09/2020.
MENEGHEL, Stela; HIRAKATA, Vania. “Femicídios: homicídios femininos no Brasil”. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 45, n. 3, p. 564-574, jun. 2011.
MONÁRREZ FRAGOSO, Julia. “La cultura del feminicidio en Ciudad Juárez, 1993-1999”. Frontera
norte, México, v. 12, n. 23, p. 87-117, jun. 2000.
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. “Raio X do feminicídio em São Paulo. É possível evitar a morte”. Núcleo de Gênero. Ministério Público do Estado de São Paulo. São Paulo, 2018. Disponível em http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Nucleo_de_Genero/Feminicidio. Acesso em 02/09/2020.
ONU MULHERES. “Diretrizes Nacionais Feminicídio: investigar, processar e julgar com perspectiva de gênero as mortes violentas de mulheres”. ONU Mulheres. Brasília, 2016. ONU, SPM/PR e Senasp/MJ. Disponível em https://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2016/04/diretrizes_feminicidio_FINAL.pdf. Acesso em 09/09/2020.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE; ASSOCIAÇÃO PARA O PLANEAMENTO DA FAMÍLIA. “Eliminação da mutilação genital feminina: Declaração conjunta OHCHR, ONUSIDA, PNUD, UNECA, UNESCO, UNFPA, ACNUR, UNICEF, UNIFEM, OMS”. Associação para o Planeamento da Família. Lisboa, 2008. Disponível em https://www.cig.gov.pt/wp-content/uploads/2013/12/declaracao_conjunta.pdf. Acesso em 21/09/2020.
ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD. “Estudio multipaí s de la OMS sobre salud de la mujer y violencia domé stico contra la mujer: primeros resultados sobre prevalencia, eventos relativos a la salud y respuestas de las mujeres a dicha violencia”. Organización Mundial de la Salud. Ginebra, 2002. Disponível em https://oig.cepal.org/sites/default/files/924359351x_spa.pdf. ISBN 92 4 359351 X. Acesso em 19/09/2020.
RUSSELL, Diana. Defining Femicide. “Introductory speech presented to the United Nations Symposium on Femicide on 11/26/2012”. Diana Russell, 2012. Disponível em http://www.dianarussell.com/f/Defining_Femicide_-_United_Nations_Speech_by_Diana_E._H._Russell_Ph.D.pdf. Acesso em 20/01/2021.
RUSSELL, Diana; RADFORD, Jill (Eds.). Femicide: The politics of woman killing. New York: Twayne Publishers, 1992.
RUSSELL, Diana. “The origin and importance of the term femicide”. Diana Russell. New York, 2011. Disponível em http://www.dianarussell.com/origin_of_femicide.html. Acesso em 05/09/2020.
SARMIENTO, Camilo; ACOSTA, Miguel; ROTH, Françoise; ZAMBRANO, Margarita. “Latin American model protocol for the investigation of gender-related killings of women (femicide/feminicide)”. Un Women. United Nations, 2014. Disponível em https://lac.unwomen.org/en/digiteca/publicaciones/2014/10/modelo-de-protocolo. Acesso em 10/09/2020.
SCO TT, Joan. “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”. Educação & realidade, v. 20, n.
, p. 71-99, 1995.
SEGATO, Rita. Que és un feminicídio: notas para un debate emergente. Brasília: Universidade
de Brasília, Departamento de Antropologia, 2006. Disponível em https://www.nodo50.org/
codoacodo/enero2010/segato.pdf. Acesso em 10/09/2020.
SEGATO, Rita. “Femigenocidio y feminicidio: una propuesta de tipificación”. CLASE, Buenos
Aires, 2012. Disponível em https://biblat.unam.mx/pt/revista/herramienta-buenos-aires/articulo/femigenocidio-y-feminicidio-una-propuesta-de-tipificacion. Acesso em 10/09/2020.
SEGATO, Rita. La escritura en el cuerpo de las mujeres asesinadas en Ciudad Juárez: territorio,
soberanía y crímenes de segundo estado. Buenos Aires: Tinta Limón, 2013.
SOSA, Lorena. “Inter-American case law on femicide: Obscuring intersections?”. Netherlands
Quarterly of Human Rights, v. 35, n. 2, p. 85-103, jun. 2017.
TOLEDO, Patsili. “Femicidio”. Sistema Penal & Violência, Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 77-92, jan./jun. 2016.
UNESCAP. United Nations (UN); Economic and Social Commission for Asia and the Pacific (ESCAP). “Harmful traditional practices in three countries of South Asia: culture, human rights and violence against women”. Gender and Development Discussion Paper Series,Bangkok, v. 21, nov. 2012. Disponível em https://www.unescap.org/resources/harmful-traditional-practices-three-countriessouth-asia-culture-human-rights-and-violence. Acesso em 19/09/2020.
UNICEF. “Breaking the silence on violence against indigenous girls, adolescents and young
women”. Unicef. United Nations Population Fund. New York, 2013. Disponível em https://www.
unfpa.org/resources/breaking-silence-violence-against-indigenous-girls-adolescents-andyoung-women. Acesso em 19/09/2020.
UNITED NATIONS. “The world’s women 2015: trends and statistics”. United Nations. Department of Economic and Social Affairs. Statistics Division. New York, 2015. Disponível em https://unstats.un.org/unsd/gender/worldswomen.html. Acesso em 18/09/2020.
UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME – UNODC. “2011 Global Study on Homicide: Trends, Contexts, Data”. United Nations Office on Drugs and Crime. Viena, 2011. 125p. Disponível em https://www.unodc.org/unodc/en/data-and-analysis/statistics/crime/global-study-on-homicide-2011.html. Acesso em 21/09/2020.
UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME – UNODC. “Global Study on Homicide: Genderrelated Killing of Women and Girls”. United Nations Office on Drugs and Crime. Viena, 2019. Disponível em https://www.unodc.org/unodc/en/data-and-analysis/global-study-on-homicide.html. Acesso em 17/09/2020.
WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Department of Reproductive Health and Research.
“Preventing gender-based sex selection: an interagency statement – OHCHR, UNFPA, UNICEF, UN Women and WHO”. World Health Organization – WHO, 2011. Disponível em https://www.who.int/reproductivehealth/publications/gender_rights/9789241501460/en/. ISBN 9789241501460. Acesso em 19/09/2020.
WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. “Global and regional estimates of violence against
women: prevalence and health effects of intimate partner violence and non-partner sexual
violence”. World Health Organization – WHO. Department of Reproductive Health and Research, London School of Hygiene and Tropical Medicine, South African Medical Research Council, 2013. Disponível em https://www.who.int/publications/i/item/9789241564625. ISBN: 978 92 4 156462 5. Acesso em 21/09/2020.
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Estudos Feministas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Estudos Feministas está sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
A licença permite:
Compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e/ou adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material) para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que os termos da licença sejam respeitados. Os termos são os seguintes:
Atribuição – Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se foram feitas mudanças. Isso pode ser feito de várias formas sem, no entanto, sugerir que o licenciador (ou licenciante) tenha aprovado o uso em questão.
Sem restrições adicionais - Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo permitido pela licença.