Domínios próprios. Disputa familiar pela escravidão de Marcelina
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2024v32n198150Palavras-chave:
propriedade, escravidão, Chile colonialResumo
Em 1802, Úrsula Villalón, moradora da cidade de Santiago, iniciou um processo civil contra seu pai Fermín Villalón, com o objetivo de recuperar o domínio e a propriedade de Marcelina, uma mulher escravizada doada a ela por seus avós maternos. O conflito familiar expõe alguns elementos centrais que faziam parte da escravidão urbana e doméstica, além de fornecer pistas sobre o mercado local escravista na cidade de Santiago do Chile colonial. Principalmente, permite pensar sobre o valor que a escravização de mulheres significava no final do século XVIII e nos primeiros anos do século XIX. Marcelina, uma mulher escravizada, era considerada uma “peça” e uma “propriedade” altamente valorizada como produto, produtora e reprodutora da escravidão, pois representava um conjunto de possibilidades e interesses econômicos e sociais, que proponho sublinhar ao longo deste artigo.
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