Narrativas de aborto na web: uma abordagem enativa acerca das alianças de gênero

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2022v30n174719

Palavras-chave:

Aborto, Enação, Ética do cuidado, Sororidade

Resumo

O artigo discute relações de gênero com base nos estudos da enação no campo da cognição social. Para tal, utilizamos dois conceitos principais: a “ética do cuidado” e a “sororidade”. A partir da abordagem enativa, procuramos indícios de como algumas narrativas de aborto provocado apontam uma maneira ética de vivenciar os conflitos morais, protagonizada não só, mas, principalmente, por mulheres. Como campo empírico, escolhemos dois sítios da web: o site Women on Web e o tumblr da campanha desenvolvida pelo Instituto de Bioética Anis, com o nome de “Eu vou Contar”. A inspiração cartográfica foi utilizada para rastrear a maneira pela qual as narrativas compartilhadas apontam, movimentam e redesenham alianças de cuidado. Muitas narrativas de aborto problematizam uma ética universalista, apontando outras maneiras de vivenciar a reprodução e o aborto, indicando uma potência inventiva de viver as alianças de cuidado nas suas diferentes formas de manifestação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Talita Gonçalves Monteiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Psicóloga, mestre em Psicologia Social e Institucional na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Integra o  Núcleo de estudo em  Ecologias e Políticas Cognitivas NUCOGS/UFRGS.

 

Cleci Maraschin, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Pós-doutorado na UW-Madison/EUA, professora titular aposentada e colaboradora junto ao Programa de Pós Graduação em Psicologia social e Institucional e Informática na Educação da Universidade Federal do rio Grande do Sul. Pesquisadora PQ CNPq.

Referências

BAUM, Carlos; KROEFF, Renata Fischer da Silveira. “Enação: conceitos introdutórios e contribuições contemporâneas”. Revista Polis e Psique, v. 8, n. 2, p. 207-236, maio/ago. 2018. Disponível em https://seer.ufrgs.br/PolisePsique/article/view/77979. Acesso em 12/03/2020.

BOITEUX, Luciana. “Encarceramento feminino e seletividade penal”. Boletim da Rede Justiça Criminal, ed. 9, p. 5-6, 2016. Disponível em https://redejusticacriminal.org/pt/portfolio/encarceramento-feminino-e-seletividade-penal/. Acesso em 30/06/2020.

DEL PRIORE, Mary. Ao sul do corpo: condição feminina, maternidades e mentalidades no Brasil Colônia. Brasília; Rio de Janeiro: Editora da Universidade de Brasília; José Olympio, 1993.

DINIZ, Debora (Org.). Eu Vou Contar, 2019. Campanha iniciada pela Anis - Instituto de Bioética. Disponível em https://eu-vou-contar.tumblr.com/. Acesso em 16/04/2020.

GILLIGAN, Carol. Teoria psicológica e desenvolvimento da mulher. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997.

HARAWAY, Donna J. Staying with the trouble: Making kin in the Chthulucene. Londres: Duke University Press, 2016.

ITABORAÍ, Nathalie Reis. “A família colonial e a construção do Brasil: Vida doméstica e identidade nacional em Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Nestor Duarte”. Revista AntHropológicas, v. 16, n. 1, jan./jun. 2005. Disponível em https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaanthropologicas/article/view/23628. Acesso em 10/08/2020.

KUHNEN, Tânia Aparecida. “A ética do cuidado como teoria feminista”. In: SIMPÓSIO GÊNERO E POLÍTICAS PÚBLICAS, 3., 2014, Londrina. Anais... Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 2014. p. 1-9. Disponível em http://www.uel.br/eventos/gpp/pages/arquivos/GT10_T%C3%A2nia%20Aparecida%20Kuhnen.pdf. Acesso em 30/03/2020.

LAGARDE Y DE LOS RÍOS, Marcela. El feminismo en mi vida: hitos, claves y utopías. Ciudad de México: Instituto de las Mujeres de la Ciudad de México, 2012.

MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Editora da Universidade Federal de Minas Gerais, 2002.

MATURANA, Humberto. A ontologia da realidade. Organização de Cristina Magro, Miriam Graciano e Nelson Vaz. Belo Horizonte: Editora da Universidade Federal de Minhas Gerais, 2014.

MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento. São Paulo: Palas Athena, 2001.

MEAD, Margaret. Sexo e temperamento. 3 ed. São Paulo: Perspectiva, 1988.

MONTEIRO, Talita Gonçalves. Ética e cuidado em narrativas de aborto na web. 2020. Mestrado (Psicologia Social e Institucional) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.

ORTIZ MILLÁN, Gustavo. “Ética feminista, ética femenina y aborto”. Debate Feminista, Cidade do México, v. 49, p. 70-93, abr. 2014. DOI: 10.1016/S0188-9478(16)30004-4.

PEREIRA, Rafael Rodrigues. “A importância da concepção de sujeito implícita na Ética do Cuidado”. Winnicott e-prints, v. 6, n. 1, p. 66-79, jan./jun. 2011.

RAMM, Laís Vargas; BAUM, Carlos; MARASCHIN, Cleci. “Ética e enação: Pistas em uma ocupação secundarista”. In: MAURENTE, Vanessa; MARASCHIN, Cleci; BAUM, Carlos (Orgs.). Enação: percursos de pesquisa. 1 ed. Florianópolis: Edições do Bosque, 2019. p. 125-146.

ROLNIK, Suely. Cartografia Sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.

SÃO PAULO (Município). Projeto de Lei nº 01-00352, de 28 de maio de 2019. Cria medidas de apoio à mulher gestante e à preservação da vida na rede municipal de saúde. Pl 352. São Paulo, SP: Câmara Municipal de São Paulo, 29 maio 2019. Projeto de lei apresentado pelo Vereador Fernando Holiday (DEM). Disponível em https://www.saopaulo.sp.leg.br/iah/fulltext/projeto/PL0352-2019.pdf. Acesso em 01/11/2019.

SANTOS, Boaventura de Sousa. “El colonialismo insidioso”. La Biodiversidad [online], Paris, 2018. Disponível em https://www.biodiversidadla.org/Documentos/El_colonialismo_insidioso. Acesso em 24/08/2020.

SILVA, Maria da Penha. “Mulheres negras: sua participação histórica na sociedade escravista”. Cadernos Imbondeiro, João Pessoa, UFPB, v. 1, n. 1, p. 1-8, jan./dez. 2010.

THOMPSON, Evan. A Mente na Vida: Biologia, Fenomenologia e Ciências da Mente. Lisboa: Instituto Piaget, 2013.

URBAN, Petr. “Enactivism and Care Ethics: Merging Perspectives”. Filozofia, v. 70, n. 2, p. 119-129, fev. 2015.

VARELA, Francisco J. Sobre a competência ética. Lisboa: Edições 70, 1992.

VARELA, Francisco J. “O reencantamento do concreto”. Cadernos de subjetividade, n. 11, p. 71-86, jan./dez. 2003.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 1. Women on Web, 2016. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 02/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 2. Women on Web, 2014. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 02/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 3. Women on Web. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 01/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 4. Women on Web, 2016. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 04/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 5. Women on Web, 2014. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 04/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 6. Women on Web . Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 03/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 7. Women on Web, 2015. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 03/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 8. Women on Web, 2017. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 05/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 9. Women on Web, 2017. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 03/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 10. Women on Web, 2016. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 02/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 11. Women on Web. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 06/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 12. Women on Web, 2016. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 03/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 13. Women on Web, 2016. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 06/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 14. Women on Web, 2014. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 03/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 15. Women on Web, 2017. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 02/2019.

WOMEN ON WEB. “Fiz um aborto”. Fragmento 16. Women on Web, 2017. Disponível em https://www.womenonweb.org/pt/page/488/fiz-um-aborto. Acesso em 04/2019.

Downloads

Publicado

2022-05-23

Como Citar

Monteiro, T. G., & Maraschin, C. (2022). Narrativas de aborto na web: uma abordagem enativa acerca das alianças de gênero. Revista Estudos Feministas, 30(1). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2022v30n174719

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.