Quando do Grito se faz Poesia: Tradução d’os Crimes de Putumayo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2022.e91672

Palavras-chave:

Tradução, Putumayo, Genocídio de Indígenas, Economia da Borracha

Resumo

Este estudo se refere ao primeiro capítulo do processo judicial acerca dos crimes perpetrados por seringalistas instalados na região amazônica do Putumayo, no Perú, durante a década de 1910, que gerou o livro El Proceso de Putumayo y sus secretos inauditos (Iquitos, Perú: CETA,
2004). O autor Carlos A. Valcárcel, primeiro juiz do processo, produz um texto final que vai além da perspectiva do jurisconsulto e imprime a visão humanista coadunada com o alvorecer do século XX. O capítulo sob tradução para este estudo – Os crimes de Putumayo – é construído por um discurso que francamente assume postura de indignação em razão da
deslavada irresponsabilidade e omissão do sistema penal peruano, o que provocou a impunidade dos criminosos e a única penalidade histórica, dos próprios indígenas que sofreram genocídio. Por isso, a tradução deste capítulo revela a quebra evidente do discurso objetivo judiciário e nos mostra um autor-juiz francamente tomada por opinião e indignação.

Biografia do Autor

José Guilherme dos Santos Fernandes, Universidade Federal do Pará

Possui doutorado em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (2004). Realizou estágio pós-doutoral, em 2014, na Universidad Nacional de Tres de Febrero (Untref / Buenos Aires - Argentina). É professor Titular da Universidade Federal do Pará, atuando na Faculdade de Letras e no Programa de Pós-Graduação em Estudos Antrópicos na Amazônia (PPGEAA/UFPA), no Campus Universitário da UFPA em Castanhal. Bolsista Produtividade em Pesquisa PQ2, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Atua nas seguintes áreas: estudos culturais e cultura popular, estudos da oralidade, estudos interculturais, etnotradução, etnossaberes, narratologia e etnografia, povos e comunidades tradicionais e autóctones. É coordenador do grupo de pesquisas Colaboratório de Interculturalidades, Inclusão de Saberes e Inovação Social (COLINS). Coordena o Projeto de Pesquisas Indicadores Antrópicos: fatores socioambientais e patrimoniais na tradução de índices de antropização em povos e comunidades amazônidas (Procad Amazônia 2018/CAPES), em parceria com UFSC e UEA. Coordena o Projeto de Pesquisa Moranduba, financiado pelo CNPq. É membro da Red Educación Superior y Pueblos Indígenas en América Latina, da Universidad Nacional Tres de Febrero, Buenos Aires, Argentina, sendo também Investigador Posdoctoral Visitante do Centro Interdisciplinario de Estudios Avanzados (CIEA), nesta universidade. É sócio colaborador na Associação Brasileira de Antropologia (ABA). É Membro Associado do CIÈRA (Centre Interuniversitaire dÉtudes et de Recherches Autochtones), Polo Montreal, Canadá.

Referências

Bonet, Elena Soler. Caucho y genocidio: “Los indios del Putumayo”, de Roger Casement. Barcelona: Facultat de Traducció i d’Interpretació, Universitat Autònoma de Barcelona, 2016.

Chirif, Alberto. Introducción. In: VALCÁRCEL, Carlos A. El proceso de Putumayo y sus secretos inauditos. Iquitos: CETA, 2004.

Derrida, Jacques. Torres de Babel. Tradução de Junia Barreto. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

Ricoeur, Paul. Sobre a tradução. Tradução de Patrícia Lavelle. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.

Valcárcel, Carlos A. El proceso de Putumayo y sus secretos inauditos. Iquitos: CETA, 2004.

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Publicado

25-11-2022

Como Citar

dos Santos Fernandes, J. G. (2022). Quando do Grito se faz Poesia: Tradução d’os Crimes de Putumayo. Cadernos De Tradução, 42(esp. 1), 632–643. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2022.e91672

Edição

Seção

Ed. Esp. Traduzindo a Amazônia

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