SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA E ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: FORTALEZAS E DESAFIOS

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MARCOS VENICIO ESPER
Eunice Nakamura

Resumo

Esse artigo é resultado de uma pesquisa inspirada pela abordagem etnográfica que interpretou as demandas de saúde mental de crianças, numa unidade de saúde do sudoeste de Minas Gerais. Embora se reconheçam os papeis que a escola e professores desempenham na identificação de questões voltadas para saúde mental, foi possível delinear como os profissionais de saúde identificam tais demandas nas unidades da Estratégia de Saúde da Família. Os usuários, comumente, procuram os serviços por motivos de saúde em geral, entretanto chamam atenção as queixas observadas em instituições escolares repassando “o caso” para a área da saúde a fim de solucioná-lo. Não se deve cobrar apenas da família a responsabilidade de acompanhar e observar situações de riscos maléficos para a saúde mental da criança, mas trazer à baila reflexões e atenção por parte do poder público, da sociedade, dos profissionais da educação e da saúde. Torna-se pertinente olhar as questões de saúde mental das crianças para evitar, no mínimo, a progressão da patologia. Porém, a classificação, a avaliação e o diagnóstico devem exigir prudência por parte dos profissionais, uma vez que se podem constatar diferenças pequenas e tênues.

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Como Citar
ESPER, MARCOS VENICIO; NAKAMURA, Eunice. SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA E ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: : FORTALEZAS E DESAFIOS. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health, [S. l.], v. 17, n. 51, p. 15–34, 2025. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/98776. Acesso em: 19 jul. 2025.
Seção
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