Barreiras e facilitadores no uso da bicicleta como meio de transporte entre universitários
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-1384.2016v13n2p119Resumo
Diante dos desafios atuais relacionados ao deslocamento de pessoas nos contextos urbanos, a bicicleta tem sido apresentada como uma alternativa para o transporte individual. Estudos atentos ao tema identificam principalmente os fatores individuais envolvidos na escolha modal, por vezes colocando em segundo plano os fatores do ambiente construído e negligenciando as implicações humano-ambientais do uso da bicicleta como meio de transporte. Nesse sentido, buscou-se identificar, sob o enfoque da psicologia ambiental, as barreiras e facilitadores no uso da bicicleta entre universitários da cidade de Florianópolis – SC. Participaram 18 estudantes universitários (doze do sexo masculino e seis do feminino), que responderam a uma entrevista semiestruturada. Com base na análise de conteúdo, os dados foram organizados em duas categorias com quatro subcategorias cada. Os resultados indicaram como barreiras os fatores ambientais, a conjuntura social, os aspectos políticos e os fatores pessoais. Quanto aos facilitadores, identificou-se o tempo, a praticidade, o sistema motorizado e os fatores pessoais como características principais. Os resultados apontam para a necessidade de compreender o uso da bicicleta como meio de transporte de maneira contextualizada e como parte de uma política pública em vigência. Além disso, atenta-se para a dimensão interpessoal do trânsito, que exige de seus participantes antes uma postura de compartilhamento do que de disputa.
Referências
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BRASIL. Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Brasilia, DF, 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm. Acesso em 27 jul. 2015.
CAMARGO, E. M. Barreiras e facilitadores para o uso de bicicleta em adultos na cidade de Curitiba – um estudo com grupos focais. 2012. 91 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012.
DALEY, M.; RISSEL, C.; LLOYD, B. All dressed up and nowhere to go? A qualitative research study of the barriers and enablers to cycling in inner Sidney. Road & Transport Research, v. 16, n. 4, p. 42-52, 2007.
DELABRIDA, Z. N. C. A imagem e o uso da bicicleta: um estudo entre moradores de Taguatinga. 2004. 77f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade de Brasília, Brasília, 2004.
ENGBERS, L. H.; HENDRIKSEN, I. J. M. Characteristics of a population of commuter cyclists in the Netherlands: perceived barriers and facilitators in the personal, social and physical environment. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity. v. 7, n 89, 2010.
FLYNN, B. et al. Weather factor impacts of commuting to work by bicycle. Preventive Medicine, v. 54, p. 122-124, 2012.
FRANCIS J.J. et al. What is an adequate sample size? Operationalizing data saturation for theory-based interview studies. Psychology & Health,v. 25, n.10, p.1229-1245, 2010.
FRANCO, L. P. C.; CAMPOS, V. B. G.; MONTEIRO, F. B. A characterization of commuter bicycle trips. Procedia - Social and Behavioral Sciences, v. 111, p. 1165-1174, 2014.
HANSEN, K. B.; NIELSEN, T. A. S. Exploring characteristics and motives of long distance commuter cyclists. Transport Policy, v. 35, p. 57-63, 2014.
GATERSLEBEN, B.; HADDAD, H. Who is the typical bicyclist? Transportation Research Part F, v. 13, p. 41-48, 2010.
GATERSLEBEN, B.; UZZEL, D. Affective appraisals of the daily commute: comparing perceptions of drivers, cyclists, walkers and users of public transport. Environment and Behavior, v. 39, n. 3, p. 416-431, 2007.
HEINEN, E.; VAN WEE, B.; MAAT, K. Commuting by bicycle: an overview of the literature. Transport Reviews, v.30, n.1, p. 59-96, 2010.
KIENTEKA, M. et al.. Validade e fidedignidade de um instrumento para avaliar as barreiras para o uso de bicicleta em adultos. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v. 14, n. 6, p. 624-635, 2012.
KIENTEKA, M.; REIS, R. S.; RECH, C. R. Personal and behavioral factors associated with bicycling in adults from Curitiba, Paraná State, Brazil. Cad. Saúde Pública, v. 30, n. 1, p. 79-87, 2014.
MURTAGH, N.; GATERSLEBEN, B.; UZZEL, D. Multiple identities and travel mode choice for regular journeys. Transportation Research Part F, v.15, p. 514-524, 2012.
PASSAFARO, P. et al. The bicycle and the city: desires and emotions versus attitudes, habits and norms. Journal of Environmental Psychology, v. 38, p. 76-83, 2014.
PROVIDELO, J.K.; SANCHES, S.P. Percepções de indivíduos acerca do uso da bicicleta como modo de transporte. Transportes, v. XVIII, p. 53-61, 2010.
RIVLIN, L. G. Olhando o passado e o futuro: revendo pressupostos sobre as interações pessoa-ambiente. Estudos de Psicologia, v.8, n.2, p. 215-220, 2003.
ROLNIK, R., KLINTOWITZ, D. (I)mobilidade na cidade de São Paulo. Estudos Avançados, v. 71, n. 25, p. 89-108, 2011.
SILVEIRA, M. O.; MAIA, M. L. A. Variáveis que influenciam no uso da bicicleta e as crenças da teoria do comportamento planejado. Transportes, v. 23, n. 1, p. 24-36, 2015.
SUBCOMITÊ DE MOBILIDADE UFSC. Apresentação do plano diretor participativo da UFSC - 2012. Disponível em: http://planodiretor.ufsc.br/files/2012/04/24.04.12-Leitura-Mobilidade.pdf. Acesso em: 7 set. 2014.
VALERA, S. Psicología Ambiental: bases teóricas y epistemológicas. In: IÑIGUEZ, L.; POL, E. (eds.). Cognición, representación y apropiación del espacio. Barcelona: Publicacions Universitat de Barcelona, p.1-14, 1996
WOOLISCROFT, B.; GANGLMAIR-WOOLISCROFT, A. Improving conditions for potential New Zealand cyclists: an application of conjoint analysis. Transportation Research Part A, v. 69, p. 11-19, 2014.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores e autoras mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após a sua publicação (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).